9.9.14

Laços de Família - Um interessante texto de Frei Betto sobre as relações entre as famílias Bush e Laden - Ótimo para reflexão

por Frei Betto

Por que a ação militar que teria matado Bin Laden mereceu o nome de Operação Jerônimo? Prescott Bush integrava, em 1918, a associação estudantil Skull & Bones (Crânio e Osso). Desafiado pelos colegas, invadiu um cemitério apache e roubou o escalpo do lendário cacique Jerônimo.
Dono de terras no Texas, Prescott tornou-se um exitoso empresário do ramo de petróleo e amigo íntimo de John Foster Dulles, que comandava a CIA por ocasião do assassinato de John Kennedy, em 1963. Dulles convenceu o amigo a fazer um gesto magnânimo e devolver aos apaches o escalpo  de Jerônimo. Bush o atendeu, mas não tardou para os indígenas descobrirem que a relíquia restituída era falsa…
A amizade com Dulles garantiu ao filho mais velho de Prescott, George H. Bush, o emprego de agente da CIA. George destacou- se a ponto de, em 1961, coordenar a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, para tentar derrubar o regime implantado pela guerrilha de Sierra Maestra. Malgrado a derrota, tornou-se diretor da CIA em 1976.
Triste com o mau desempenho de seu primogênito como 007, Prescott Bush consolava-se com o êxito dele nos negócios de petróleo. E aplaudiu o faro empresarial do filho quando George, em meados dos anos 60, tornou-se amigo de um empreiteiro árabe que viajava com frequência ao Texas: Muhammad Bin Laden. Em 1968, ao sobrevoar os poços de petróleo de Bush, Bin Laden morreu em acidente aéreo no Texas. Os laços de família, no entanto, estavam criados.
George Bush não pranteou a morte do amigo. Andava mais  preocupado com as dificuldades escolares de seu filho George W. Bush, que só obtinha média C. A guerra do Vietnã acirrou-se e, para evitar que o filho fosse convocado, George tratou de alistá-lo na força aérea da Guarda Nacional.
Papai George incentivou o filho a fundar, em meados dos anos 70, sua própria empresa petrolífera, a Arbusto (bush, em inglês) Energy. Gracas aos contatos internacionais que o pai mantinha desde os tempos da CIA, George filho buscou os investimentos de Khaled Bin Mafouz e Salem Bin Laden, o mais velho dos 52 filhos gerados pelo falecido Muhammad. Mafouz era banqueiro da família real saudita e casara com uma das irmãs de Salem. Esses vínculos familiares permitiram que Mafouz se tornasse presidente da Blessed Relief, a ONG árabe na qual trabalhava um dos irmãos de Salem, Osama Bin Laden.
Em dezembro de 1979, George H. Bush viajou a Paris para um encontro entre republicanos e partidários moderados de Khomeini, no qual trataram da libertação dos 64 reféns estadunidenses sequestrados, em novembro, na embaixada dos EUA, em Teerã. Buscava-se evitar que o presidente Jimmy Carter se valesse do episódio e prejudicasse as pretensões presidenciais de Ronald Reagan. Papai George fez o percurso até a capital francesa a bordo do jatinho  de Salem Bin Laden, que lhe facilitava o contato com o mundo islâmico. (Em 1988, Salem faleceu, como o pai, num desastre de avião).
Naquele mesmo ano, os soviéticos invadiram o Afeganistão. Papai George, que coordenava operações da CIA, recorreu a Osama, um dos irmãos de Salem, que aceitou infiltrar-se no Afeganistão para, monitorado pela CIA, fortalecer a resistência afegã contra os invasores comunistas.
Os dados acima são do analista italiano Francesco Piccioni. Mais detalhes no livro A fortunate son: George W. Bush and the making of na American President, de Steve Hatfield.
Em 1979, a pedido de George Bush pai, então diretor da CIA, Osama, já com 23 anos, transferiu-se para o Afeganistão para administrar os recursos financeiros destinados às operações secretas da agência contra a invasão soviética àquele país. Preocupado com a ofensiva de Moscou, o governo dos EUA havia liberado a mais alta soma que a CIA recebeu, em toda a sua história, para atuar em um só país: US$ 2 bilhões.
Quando o presidente George W. Bush, após 11 de setembro, enquadrou, como crime anexo ao terrorismo o “aproveitamento ilícito de informações privilegiadas”, sabia do que falava. Tudo indica que, graças a essas informações, Osama Bin Laden montou a sua rede terrorista mundo afora, movimentando recursos através de paraísos fiscais.
Talvez Freud pudesse explicar um detalhe das armas escolhidas pelos terroristas de 11 de setembro: aviões. O pai e o irmão mais velho de Osama Bin Laden morreram em acidentes aéreos, ambos nos EUA.
Se o escalpe de Jerônimo era falso, quem garante que Bin Laden foi mesmo morto na mansão paquistanesa? Não seria mais útil ao combate ao terrorismo agarrá-lo vivo e obrigá-lo a revelar tudo sobre a Al-Qaeda? Não duvido que, em algum  porta-aviões dos EUA, Bin Laden esteja sendo torturado para dizer o que sabe. Depois, basta adotar a “solução argentina”: atirar o corpo ao mar. Caso o encontrem boiando em alguma praia, ficam por conta dos afiados dentes dos peixes as marcas profundas.
Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org - twitter:@freibetto

18.7.14

Eduardo Galeano: Si yo fuera palestino

via Adital - Noticias de América Latina y Caribe

Desde 1948, los palestinos viven condenados a humillación perpetua. No pueden ni respirar sin permiso. Han perdido su patria, sus tierras, su agua, su libertad, su todo. Ni siquiera tienen derecho a elegir a sus gobernantes.

Cuando votan a quien no deben votar, son castigados. Gaza está siendo castigada. Se convirtió en una ratonera sin salida, desde que Hamás ganó limpiamente las elecciones en el año 2006. Algo parecido había ocurrido en 1932, cuando el Partido Comunista triunfó en las elecciones de El Salvador.

Bañados en sangre, los salvadoreños expiaron su mala conducta y desde entonces vivieron sometidos a dictaduras militares. La democracia es un lujo que no todos merecen. Son hijos de la impotencia los cohetes caseros que los militantes de Hamás, acorralados en Gaza, disparan con chambona puntería sobre las tierras que habían sido palestinas y que la ocupación israelita usurpó.

Y la desesperación, a la orilla de la locura suicida, es la madre de las bravatas que niegan el derecho a la existencia de Israel, gritos sin ninguna eficacia, mientras la muy eficaz guerra de exterminio está negando, desde hace años, el derecho a la existencia de Palestina.

Ya poca Palestina queda.

Paso a paso, Israel la está borrando del mapa.
Los colonos invaden, y tras ellos los soldados van corrigiendo la frontera.

Las balas sacralizan el despojo, en legítima defensa.
No hay guerra agresiva que no diga ser guerra defensiva.

Hitler invadió Polonia para evitar que Polonia invadiera Alemania.

Bush invadió Irak para evitar que Irak invadiera el mundo.

En cada una de sus guerras defensivas, Israel se ha tragado otro pedazo de Palestina, y los almuerzos siguen.

Eduardo Galeano

Escritor y periodista uruguayo

Como os EUA esmagaram a resistência de sua juventude (em espanhol)

Por Bruce E. Levine via Revista Sin Permiso

 

 


Tradicionalmente, la juventud ha impulsado los movimientos democráticos. En Estados Unidos, uno de los golpes maestros de la élite gobernante ha sido la creación de las instituciones sociales que han subordinado a la juventud estadounidense, quebrado su espíritu de resistencia a la dominación.
La juventud estadounidense parece haber aceptado —incluso en mayor medida que los adultos— la idea de que la corporatocracia puede arruinar sus vidas por completo y que no pueden hacer nada al respecto. Una encuesta de Gallup en 2010, preguntaba a los estadounidenses: "¿Cree usted que el sistema de Seguridad Social será capaz de pagarle algo cuando se jubile?" Entre los encuestados de 18 a 34 años de edad, el 76 por ciento dijo que no. Sin embargo, a pesar de su falta de confianza en la disponibilidad futura de la Seguridad Social, pocos han exigido su fortalecimiento de manera más justa, con impuestos sobre las nóminas de los ricos; en cambio, la mayoría se resigna a que se deduzca más dinero de sus cheques para la Seguridad Social, a pesar de que piensan que no va a durar tanto tiempo como para beneficiarlos.
¿Cómo han subordinado a la juventud estadounidense?
1. La deuda de los préstamos estudiantiles. Las grandes deudas —y el miedo que crean— son mecanismos de apaciguamiento. Cuando fui a la universidad en la década de 1970, no había tasas de matrícula en la City University of New York, era una época en la que las matrículas de gran parte de las universidades públicas de Estados Unidos eran tan asequibles que resultaba sencillo conseguir un BA o un graduado sin acumular deudas por los préstamos estudiantiles. Mientras que esos días han quedado atrás en Estados Unidos, las universidades públicas siguen siendo gratuitas en el mundo árabe y, o bien gratuitas o con tasas muy bajas en muchos países del resto del mundo. Los millones de jóvenes iraníes que corrían el riesgo de recibir un disparo en las protestas por las disputadas elecciones presidenciales de 2009, los millones de jóvenes egipcios que arriesgaron sus vidas a principios de este año para derrocar a Mubarak, y los millones de jóvenes estadounidenses que se manifestaron contra la guerra de Vietnam, todos ellos tenían en común la ausencia de una enorme y apaciguadora deuda sobre sus espaldas provocada por los préstamos estudiantiles.
A día de hoy, en Estados Unidos, dos tercios de los graduados universitarios de cuatro años de duración están endeudados a causa de los préstamos estudiantiles, incluyendo más del 62 por ciento de los graduados de las universidades públicas. Aunque la deuda media de un graduado es de alrededor de 25.000 dólares, cada vez hablo con más graduados cuya deuda se acerca a los 100.000 dólares. Durante ese período de la vida en el que debería ser más fácil resistir a la autoridad, porque aun no se tienen responsabilidades familiares, muchos jóvenes están demasiado preocupados por el precio que supone oponerse a la autoridad, por perder su trabajo y no poder pagar una deuda cada vez mayor. Es un círculo vicioso, la deuda estudiantil contiene el activismo y esa pasividad política hace que sea más probable que los estudiantes acepten dicha deuda como algo natural.
2. Psicopatologizando y medicando el inconformismo. En 1955, el entonces respetado psicoanalista anti-autoritario de izquierdas, Erich Fromm, escribió: "Hoy en día la función de la psiquiatría, la psicología y el psicoanálisis amenaza con convertirse en una herramienta de manipulación del hombre". Fromm murió en 1980, el mismo año en el que unos Estados Unidos cada vez más autoritarios eligieron como presidente a Ronald Reagan, y la Asociación Americana de Psiquiatría, también cada vez más autoritaria, incluyó en su biblia de diagnósticos (en aquellos años el DSM-III) trastornos mentales que afectaban a niños y adolescentes, como el popular "transtorno negativista desafiante" (TND). Los síntomas oficiales de TND incluyen que "con frecuencia desafía activamente o rehúsa acatar las peticiones o reglas de los adultos", "discute con adultos frecuentemente", y "a menudo deliberadamente irrita a los demás".
Gran parte de los activistas estadounidenses más destacados, como Saul Alinsky (1909-1972), el legendario organizador comunitario y autor de Reveille for Radicals y Rules for Radicals, en estos días probablemente serían diagnosticados con el TND y otros trastornos disruptivos. Recordando su infancia, Alinsky decía: "nunca pensé en caminar sobre la hierba hasta que vi un letrero que decía 'Manténgase fuera del césped'. Después de leerlo, solo quería pisar la hierba." Actualmente, los antipsicóticos tranquilizantes más duros (por ejemplo, Zyprexa y Risperdal) son la medicación que más dinero ingresa en Estados Unidos (16 mil millones de dólares en 2010); según el Journal of the American Medical Association en 2010, una razón que explica esto es que muchos niños reciben medicamentos antipsicóticos aunque tengan diagnósticos no psicóticos como TND o algún otro trastorno disruptivo (especialmente los pacientes de pediatría cubiertos por el Medicaid).
3. Las escuelas educan en el conformismo y no en la Democracia. Cuando recogía el premio a Profesor del Año en Nueva York, el 31 de enero de 1990, John Taylor Gatto molestó a muchos asistentes a la ceremonia al afirmar: "La verdad es que en realidad las escuelas no enseñan nada más que a obedecer órdenes. Para mí es un gran misterio debido a las miles de personas solidarias que trabajan en las escuelas como maestros, ayudantes y administradores, pero la lógica abstracta de la institución anula sus contribuciones individuales". La generación anterior discutió ampliamente el problema de la educación obligatoria como vehículo para desarrollar una sociedad autoritaria, pero ahora que el problema se ha agravado, rara vez se discute.
La naturaleza de la mayoría de las clases, independientemente de la asignatura, consiste en socializar a los estudiantes para que sean pasivos y dirigidos, para que sigan órdenes, para que valoren las recompensas y los castigos de aquellos que tienen autoridad, para que finjan que se preocupan por cosas que no les interesan, y para que piensen que son impotentes a la hora de cambiar su situación. Aunque un profesor imparta una clase sobre la democracia, las escuelas son lugares esencialmente antidemocráticos, y por lo tanto, a los estudiantes no se les enseña lo que es la democracia. En su obra The Night Is Dark and I Am Far from Home, Jonathan Kozol analizaba cómo la escuela acaba con las acciones valientes. Kozol explica la manera en que en nuestras escuelas nos inculcan una especie de "inquietud inerte" en la que el "cuidado" —en sí y para uno mismo, sin arriesgarse a las consecuencias— se considera lo "ético". En la escuela nos explican que somos "morales y maduros" si discutimos sobre nuestras preocupaciones educadamente, pero en esencia, —y como exigencia— nos enseñan a comportarnos de manera que no generemos discrepancias.
4. "No Child Left Behind" (Que ningún niño se quede atrás) y "Race to the Top" (Carrera hacia la cima). La corporatocracia ha descubierto una manera de hacer que nuestras escuelas sean todavía más autoritarias. El bipartidismo demócrata-republicano ha dado lugar a las guerras en Afganistán e Irak, el TLCAN, la Ley Patriota, la Guerra contra las drogas, el rescate de Wall Street, y las políticas educativas "No Child Left Behind" y "Race to the Top". Estas medidas educativas son una tiranía de pruebas estandarizadas que básicamente generan miedo, que es la antítesis de la educación en una sociedad democrática. Este miedo obliga a que tanto los estudiantes como los profesores se concentren constantemente en las demandas de los desarrolladores de la prueba; así destruyen la curiosidad, el pensamiento crítico, el cuestionamiento de la autoridad, y el desafío y resistencia frente a la autoridad ilegítima. En una sociedad más democrática y menos autoritaria, la eficacia de un profesor se evaluaría, no por pruebas estandarizadas por la corporatocracia, sino preguntando a los estudiantes, a los padres y a la comunidad si el profesor está ayudando a los estudiantes a ser más curiosos, a leer más, a aprender de forma autónoma, a disfrutar del pensamiento crítico, a cuestionar la autoridad y a desafiar a las autoridades ilegítimas.
5. Avergonzar a los jóvenes que se toman en serio su aprendizaje personal —aunque no tanto la educación oficial. Una encuesta realizada en 2006 en Estados Unidos, mostraba que el 40 por ciento de los niños entre primero y tercer grado leía todos los días, pero ese porcentaje se ??reducía al 29 por ciento en cuarto. A pesar del carácter anti-educativo de las escuelas oficiales, cada vez más, a los niños y a sus padres se les dice que si a los chicos no les gusta ir a la escuela, no les gusta aprender. Pero no siempre ha sido así. Como dijo Mark Twain: "Nunca permití que la escuela interfiriera en mi educación". En 1900, cuando la vida de Twain se acercaba al final, tan sólo el 6 por ciento de los estadounidenses se había graduado en la escuela secundaria. A día de hoy, aproximadamente el 85 por ciento de los estadounidenses se gradúan en la secundaria, y a Barack Obama eso le parece bastante bien, pues, como decía en 2009, "el abandono escolar en la secundaria no es una opción de ahora en adelante. No es una simple renuncia personal, estás fallando a tu país".
Los estudiante más integrados en el sistema escolar, sin embargo, son los más ignorantes políticamente en cuanto a la guerra de clases existente en Estados Unidos, y los más incapaces de desafiar a la clase dominante. En los años 1880 y 1890, los agricultores estadounidenses, con poca o ninguna educación oficial, crearon un movimiento popular que organizó la cooperativa de trabajadores de mayor tamaño en Estados Unidos, formaron el Partido del Pueblo, que recibió el 8 por ciento de los votos en las elecciones presidenciales de 1892, diseñaron un proyecto de tesorería (que si se hubiera puesto en marcha habría permitido facilitar créditos a los agricultores y acabar con el poder de los grandes bancos) y enviaron a 40.000 conferenciantes por todo el país para articularlo, y este proyecto puso de manifiesto un gran número de ideas políticas complejas, estrategias y tácticas ausentes hoy en día en la vida política de la población educada de América. Actualmente, los estadounidenses que carecen de títulos universitarios se avergüenzan porque son considerados "perdedores"; sin embargo, Gore Vidal y George Carlin, dos de los más inteligentes y elocuentes críticos del sistema de la corporatocracia estadounidense, nunca fueron a la universidad, y Carlin abandonó el colegio en noveno grado.
6. La normalización de la vigilancia. Una población asustada porque se siente vigilada es más fácil de controlar. Mientras que la Agencia de Seguridad Nacional (ASN) es conocida por su seguimiento de los correos electrónicos y conversaciones telefónicas de los ciudadanos estadounidenses, y la vigilancia de los jefes es cada vez más común en el país, la juventud estadounidenses se vuelve cada vez más complaciente con la vigilancia de la corporatocracia porque, al haberla sufrido desde una edad tan temprana, no es más que una rutina en sus vidas. Los padres revisan diariamente la web de las calificaciones y tareas de sus hijos, y al igual que los jefes, vigilan los ordenadores y las páginas de Facebook de sus chicos. Algunos padres utilizan el GPS de los teléfonos móviles de sus hijos para saber dónde se encuentran, mientras que otros tienen cámaras de video en los hogares. Cada vez hablo con más jóvenes que no tienen la seguridad de que pueden salir de fiesta con libertad incluso cuando sus padres están fuera de la ciudad, por lo tanto, ¿qué confianza van a tener en desarrollar un movimiento democrático bajo el radar de las autoridades?
7. La televisión. En 2009, la Compañía Nielsen informó que en Estados Unidos ver la televisión es una actividad que pasa por sus mejores momentos, siempre que incluyamos las "tres pantallas": televisión, ordenador portátil y teléfono móvil. Los niños estadounidenses promedian ocho horas al día entre televisión, videojuegos, películas, Internet, teléfonos móviles, iPods y otros aparatos tecnológicos (no incluyo su uso relacionado con la escuela). Muchos progresistas se preocupan por el control de contenidos por parte de los medios, pero el simple hecho de ver la televisión, independientemente de la programación, es el principal mecanismo apaciguador (las empresas presidiarias privadas han reconocido que, para mantener a los presos tranquilos, puede ser más económico ofrecerles televisión por cable en lugar de contratar a más guardias).
Para una sociedad autoritaria, la televisión es un sueño hecho realidad: los que tienen más dinero controlan la mayor parte de lo que la gente ve; la programación televisiva basada en el miedo atemoriza a la gente y los hace desconfiar de los demás, lo cual es bueno para una élite gobernante sustentada sobre la estrategia del "divide y vencerás"; la televisión aísla a la personas para que no se unan y ofrezcan resistencias a la autoridad; e independientemente de la programación, los televidentes sufren un lento lavado de cerebro, llevándolos a un estado hipnótico donde resulta difícil pensar críticamente. Aunque los videojuegos no te vuelven tan zombi como ver la televisión pasivamente, para muchos niños y jóvenes, estos juegos se han convertido en su única experiencia de acción, y esa "acción virtual" no es, de ninguna manera, una amenaza real para la élite gobernante.
8. El fundamentalismo religioso y el fundamentalismo consumista. La cultura norteamericana ofrece a sus jóvenes 'alternativas' como el fundamentalismo religioso o el fundamentalismo consumista. Todas las variedades de fundamentalismo estrechan el punto de mira y eliminan el pensamiento crítico. Algunos progresistas que califican al fundamentalismo religioso como "el opio del pueblo", muy a menudo descuidan la naturaleza apaciguadora de otro fundamentalismo importante en Estados Unidos. El fundamentalismo consumista apacigua a la juventud estadounidenses a través de una gran variedad de mecanismos. Este consumismo radical destruye la autosuficiencia, crea personas que se sienten completamente dependientes de los demás, y que por lo tanto son más propensos a entregar su capacidad de decisión a las autoridades, y esta es la forma de pensar preferida por la élite gobernante. La cultura del fundamentalismo consumista legitima la publicidad, la propaganda, y todo tipo de manipulaciones, incluyendo las mentiras; y cuando una sociedad legitima las mentiras y las manipulaciones, acaba con la capacidad de las personas de confiar entre ellos y crear propuestas democráticas. El fundamentalismo consumista también fomenta el ensimismamiento, lo que dificulta el desarrollo de la solidaridad necesaria para los movimientos democráticos.
Estos no son los únicos aspectos de nuestra cultura que están sometiendo a la juventud estadounidense y acabando con su resistencia frente a la dominación. El complejo industrial alimentario ha contribuido a crear una epidemia de obesidad infantil, depresión y pasividad. El complejo industrial carcelario mantiene a los jóvenes antiautoritarios "a raya" (además, ahora con el miedo de acabar ante jueces como los dos de Pennsylvania, que recibieron 2,6 millones de dólares de la industria carcelaria privada para garantizar que los menores que juzgaban fueran encarcelados). Y es que, como señaló Ralph Waldo Emerson: "Todas las cosas son correctas o incorrectas al mismo tiempo. La ola del mal baña todas nuestras instituciones por igual".

Bruce E. Levine es un psicólogo crítico que escribe habitualmente en AlterNet, Counterpunch, Z Magazine y The Huffington Post. Ejerce como profesional desde hace tres décadas y forma parte del consejo asesor de la International Society for Ethical Psychology and Psychiatry (ISEPP). Su obra más reciente es Get Up, Stand Up: Uniting Populists, Energizing the Defeated, and Battling the Corporate Elite (Chelsea Green Publishing, 2011).

6.6.14

O esquerdista fanático e o direitista visceral: dois perfeitos idiotas

Esse texto, foi publicado por Frei Betto em 2012, mas é extremamente atual.

Direitista visceral e esquerdista fanático – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo

Nada mais parecido a um esquerdista fanático, desses que descobrem a nefasta presença do pensamento neoliberal até em mulheres que o repudiam, do que um direitista visceral, que identifica presença comunista inclusive em Chapeuzinho Vermelho.
Os dois padecem da síndrome de pânico conspiratório. O direitista, aquinhoado por uma conjuntura que lhe é favorável, envaidece-se com a claque endinheirada que o adula como um dono a seu cão farejador. O esquerdista, cercado de adversários por todos os lados, julga que a história resulta de sua vontade.
frei betto direita esquerda
Frei Betto: “Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista”.
O direitista jamais defende os pobres e, se eventualmente o faz, é para que não percebam quão insensível ele é. Mas nem pensar em vê-lo amigo de desempregados, agricultores sem terra ou crianças de rua. Ele olha os deserdados pelo binóculo de seu preconceito, enquanto o esquerdista prefere evitar o contato com o pobre e mergulhar na retórica contida nos livros de análises sociais.
O esquerdista enche a boca de categorias teóricas e prefere o aconchego de sua biblioteca a misturar-se com esse pobretariado que nunca chegará a ser vanguarda da história.
O direitista adora desfilar suas ideias nos salões, brindado a vinho da melhor safra e cercado por gente fina que enxerga a sua auréola de gênio. O esquerdista coopta adeptos, pois não suporta viver sem que um punhado de incautos o encarem como líder.
O direitista escreve, de preferência, para atacar aqueles que não reconhecem que ele e a verdade são duas entidades numa só natureza.
O esquerdista não se preocupa apenas em combater o sistema, também se desgasta em tentar minar políticos e empresários que, a seu ver, são a encarnação do mal”.
O direitista posa de intelectual, empina o nariz ao ornar seus discursos com citações, como a buscar na autoridade alheia a muleta às suas secretas inseguranças. O esquerdista crê na palavra imutável dos mentores do marxismo e não admite outra hermenêutica que não a dele.
O direitista considera que, apesar da miséria circundante, o sistema tem melhorado. O esquerdista vê no progresso avanço imperialista e não admite que seu vizinho possa sorrir enquanto uma criança chora de fome na África.
O direitista é de uma subserviência abjeta diante dos áulicos do sistema, políticos poderosos e empresários de vulto, como se em sua cabeça residisse a teoria que sustenta todo o edifício de empreendimentos práticos que asseguram a supremacia do capital sobre a felicidade geral.
O esquerdista não suporta autoridade, exceto a própria, e quando abre a boca plagia a si mesmo, já que suas minguadas ideias o obrigam a ser repetitivo. O direitista é emotivo, prepotente, envaidecido. O esquerdista é frio, calculista e soberbo.
O direitista irrita-se aos berros se encontra no armário a gola da camisa mal passada. Dedicado às grandes causas, as pequenas coisas são o seu tendão de Aquiles.
O direitista detesta falar em direitos humanos, e é condescendente com a tortura. O esquerdista admite que, uma vez no poder, os torturados de hoje serão os torturadores de amanhã.
O direitista esbraveja por ver tantos esquerdistas sobreviverem a tudo que se fez para exterminá-los: ditaduras militares, fascismo, nazismo, queda do Muro de Berlim, dificuldade de acesso à mídia etc. O esquerdista considera o direitista um candidato ao fuzilamento.
Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo.
Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista. Quero todos com acesso a pão, paz e prazer, sem que os direitistas queiram reservar tais direitos a uma minoria, e sem que os esquerdistas queiram impedir os direitistas de acesso a todos os direitos – inclusive o de expressar suas delirantes fobias.
Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org

25.3.14

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de 944 unidades habitacionais dos residenciais Água da Grama e Três Américas II, em Bauru

via Palácio do Planalto
Presidenta Dilma Rousseff realiza entrega simbólica de chaves para a senhora Lucineia Maria da Silva, durante Cerimônia de entrega de 944 unidades habitacionais dos Residenciais Água da Grama e Três Américas II, do Programa Minha Casa Minha Vida. (Bauru - SP, 25/03/2014)Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Boa tarde a todos, a todas aqui presentes.
Eu queria começar saudando a Maria Fátima, o Urano, a Lucinéia, o Gilberto e a Adriana. Foram eles que receberam aqui as chaves, simbolizando cada um de vocês aqui presentes que vão morar agora em um desses apartamentos. Então, queria saudar cada um dos moradores dos residenciais Água da Grama e Três Américas II.
Cumprimentar e agradecer a recepção calorosa do prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho.
Cumprimentar o nosso ministro das Cidades, o Gilberto Occhi.
            Cumprimentar e agradecer também pela recepção companheira, amiga, à Estela Almagro, a nossa vice-prefeita de Bauru.
            Dirigir um cumprimento muito especial ao ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.
            Cumprimentar o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda.
            Cumprimentar o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, vereador Sandro Bússola.
            Cumprimentar o presidente da Construtora Casa Alta, o Juarez Viecchi.
            Cumprimentar o presidente da Construtora Iso, o Júlio César de Oliveira,
            Cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.


Eu estou muito feliz de estar aqui em Bauru. O prefeito me disse que eu sou, entre os presidentes, nos últimos tempos, uma das presidentes, ou presidentes, que esteve aqui em Bauru. O último, se eu não me engano, foi ainda o João Figueiredo, na década de 80, mas então estou feliz de ser a primeira presidenta do período democrático a estar aqui em Bauru.
Todos nós aqui sabemos que cada um de nós escolhe – a vida faz a gente escolher – alguma das datas em que a gente nunca vai esquecer dessa data. Exemplo: quando a gente casa. Muitas vezes, quando é um casamento feliz, a gente nunca vai esquecer a data do casamento. As mães e as mulheres sabem que quando nasce um filho é também uma data que a gente não esquece. A gente também, muitas vezes, não esquece o dia que o time da gente ganhou um jogo que parecia perdido. A gente não esquece também algumas das datas que realizam o sonho dos nossos filhos ou dos nossos netos.
Certamente, é muito importante – eu, pelo menos, lembro da minha – a data em que eu tive a minha casa. Acredito que essa data de hoje muita gente vai lembrar como sendo uma data importante na vida de cada um. Quando a pessoa chegou e teve acesso a sua casa própria, aquela sensação, “olha, eu tenho agora a minha casa própria, é minha”. Por isso, eu tenho certeza que as pessoas que estão aqui hoje vão olhar para essas casas e enxergar muito mais que paredes, janelas, vão enxergar muito mais do que a copa, a cozinha, os quartos. Vão enxergar dignidade, esperança, felicidade. Vão enxergar um lugar literalmente para viver, e viver é criar os filhos, é criar a família, é receber os amigos, é trabalhar, é estudar. Então eu estou muito feliz de estar aqui, garantindo para todas as pessoas desses dois residenciais a chave da casa própria.
E quero dizer uma coisa. Eu, sempre que chego num lugar, eu visito os apartamentos ou as casas. Eu visitei agora o apartamento, e eu olho, sabe, se a janela é boa, se a porta está certa, se o piso é bom, se a cozinha... porque tem isso, a gente sabe, mulher sabe disso, se a cozinha tem azulejos, que vai facilitar a limpeza, se o banheiro tem azulejo também. E aí hoje eu olhei a escada, e aí quero dizer que eu tenho a honra de falar aqui com o nosso empresário – o senhor queira levantar, por favor? Eu conversei com ele, com o presidente da Caixa, e a gente escutou. Eu também, vamos dizer assim, fiz uma pequena reclamação. E nós, e o nosso empresário – o senhor fala o seu nome alto? – o senhor é o Juarez Viecchi, da Construtora Casa Alta. Ele se comprometeu a botar piso antiderrapante nas escadas, que vocês tinham reivindicado, com razão, diga-se de passagem.
Mas eu estou falando que a sensibilidade, você veja o que é uma pessoa com sensibilidade: seu Juarez, sensibilizado com esse pleito, se dispõe a colocar o piso nas escadas. E a Caixa Econômica se dispõe, daqui para frente, a prever um piso antiderrapante nas escadas. Parabéns ao empresário Julio Viecchi, parabéns à Caixa, e também ao prefeito e a vice-prefeita, que falaram sobre esse pleito para nós.
Eu quero dizer para vocês que é sempre emocionante participar de uma entrega das chaves, porque eu sei que a pessoa consegue a chave e entra numa esperança porque entra numa nova vida, entra num caminho de esperança. É certo que vida vai mudar para melhor, você vai abandonar uma moradia muitas vezes precária. Algumas pessoas moram de favor, na casa de parentes. Outras pessoas pagam aluguel, o que pesa no orçamento doméstico. Então quando eu vejo que essa é uma ação que definitivamente muda a vida das pessoas, e cada uma das famílias que aqui receberam a chave, elas fazem com muita emoção. Essa emoção é uma emoção que a todos nós honra e orgulha, porque mostra que a gente está no caminho correto.
E que caminho é esse? Vou contar uma história para vocês. No Brasil, nós não tínhamos uma política habitacional que pudesse garantir casa para quem mais precisasse, casa para as pessoas que ganhassem até 1.600 reais. Por que é que não tinha uma política habitacional? Porque, muitas vezes, o que se pensava é que o Estado brasileiro, o governo federal, não precisava fazer nada porque o mercado imobiliário ia resolver esse problema. Ora, o mercado imobiliário não resolve esse problema de jeito nenhum, porque não fecha a equação entre o valor de um apartamento... como é que uma pessoa que ganha 2,5 salários mínimos pode comprar um apartamento com a renda que recebe? Não pode.
Então, como é que nós resolvemos o problema? Resolvemos porque colocamos os interesses das pessoas deste país em primeiro lugar, de todas as pessoas, em especial daquelas que mais precisam. E o que é colocar em primeiro lugar? O governo federal tem um orçamento, e ele – governo federal – considera que esse orçamento, os recursos desse orçamento, que são oriundos, que vêm do dinheiro que cada brasileiro e que cada brasileira paga de imposto, colocar esse dinheiro para completar a renda das pessoas e pagar o apartamento ou a casa própria. Com isso nós estamos falando o seguinte: no mínimo 95% do valor dessa casa o governo federal bota de recursos. A diferença é paga, dependendo do nível de renda, por cada um de vocês, por um valor que não pode ultrapassar 3% a 5% da renda que ganham.
Isso significa duas coisas. Primeiro, que vocês entrem nesses apartamentos de cabeça erguida. O apartamento é de vocês porque o dinheiro veio de vocês, primeira coisa. Segunda, vocês não devem nada a ninguém, não devem ao governo federal, não devem a ninguém. Vocês são cidadãos brasileiros e, por isso, o governo federal é obrigado se tiver compromisso com seu povo, a olhar para a questão da habitação.
Por isso é que eu digo, entrem de cabeça erguida. A casa é pelo esforço de vocês e pelo fato de que nós, com casas próprias para as famílias brasileiras abrigadas, para crianças abrigadas dentro dessas casas, que são, antes de tudo, lares, essas crianças e essas famílias, elas têm mais condição de crescer, de fazer seus filhos estudarem, de ter uma formação profissional, de correr atrás de uma formação profissional. Um filho aqui vai entrar numa universidade, outra filha ali vai fazer um curso técnico, e o que nós queremos é um futuro bom para cada uma dessas famílias.
Por isso, eu quero dizer que hoje é um dia especial, sim, e é um dia também especial para o governo. O governo contribui com o quê? O governo contribui ao dar oportunidades para as pessoas. Um governo, o que é que ele faz? Ele tem de ajudar. Como que ele ajuda? Dando oportunidade. A casa é uma oportunidade, agora, quem faz a casa, quem faz a felicidade da casa, quem faz o esforço da casa, quem corre atrás, quem rala bastante é o povo deste país. Por isso eu estou aqui muito feliz porque eu sei que eu estou aqui junto com pessoas lutadoras, batalhadoras e trabalhadoras, e sei que essa casa é o começo de um caminho melhor. Coração para vocês também.
Eu queria dizer aqui... A gente pode dizer que Bauru – e o prefeito veio falando isso para mim – Bauru tem uma característica muito especial, é uma cidade que a gente devia chamar cidade da educação. Aqui, né prefeito, tem 14 a 15... 15 ou 14? Quinze, 15, gente, 15 universidades. Não é pouco isso. Vai abrir a 16ª, prefeito? Federal aqui.
Então, prefeito, eu estou animadíssima aqui, animadíssima, e queria falar para vocês, principalmente que eu estou vendo muita mãe aqui, muita mãe. Falar para as mães, para os pais também, porque pai dá uma força louca. É o seguinte, que eu quero falar: no Brasil, a gente tem um jeito cada vez maior de melhorar. Esse jeito tem várias coisas importantes, mas eu vou falar de uma que é muito importante, que é a educação. E aqui é a cidade da educação. Então, aqui vocês têm imensas oportunidades.
Quero falar aqui para o pessoal que recebeu a chave, que procure um outro programa do governo, que se chama Pronatec, que é o Programa Nacional de Educação Técnica Profissionalizante. São cursos de até 4 meses. O Brasil precisa muito de pessoas que se capacitem melhor para trabalhar, porque também para as pessoas é importante, vai ganhar um salário maior. Para o Brasil é importante, nós vamos ter um país mais produtivo ainda. Então, aqui nós temos 18 mil e 500 matrículas do Pronatec. Essa cidade aqui na região tem um ótimo desempenho. Eu não vou dizer que ela é a melhor da região, senão vão ficar com ciúme, e aí eu também não quero ciúme comigo. Então, eu vou dizer que ela está entre as melhores, as melhores.
Aqui tem 6.500 bolsas do Prouni concedidas. Aqui tem 7.900 contratos de financiamento da educação, aqueles contratos que a pessoa depois de formada paga, se o curso for de 4 anos, paga 4x3+1, paga em 13 anos. Se o curso for de 5, paga em 16 anos. Portanto, paga com o dinheiro que conseguir do trabalho que obtiver. Aqui, para vocês terem uma ideia, nós temos um pleito feito pela cidade para um curso de medicina, não é isso, prefeito? Então, eu estou aqui dizendo para vocês que é do absoluto interesse do governo federal – e o ministro Padilha sabe disso, porque até há pouco estava no Ministério da Saúde –, é do absoluto interesse do governo federal ter aqui uma Escola de Medicina. Essa cidade, que é a cidade da educação, ela também tem direito de, entre os seus 15, agora 16 faculdades, ou universidades, ter uma escola de Medicina.
Quero então dizer para vocês que eu estou me comprometendo com vocês, não é com o prefeito, não, com o prefeito é fácil se comprometer, difícil é se comprometer com cada um de vocês. Estou me comprometendo, por quê? Porque interessa que tenha Faculdade de Medicina, porque a gente quer formar médico, quer formar médico no interior deste país. Por isso que nós estamos numa luta para conseguir formar, no Brasil, 11 mil médicos, e criar residência... aliás, formar 12 mil e criar residência para 11 mil médicos. Enquanto isso, por que a gente quer fazer isso? Porque nós temos um país onde faltam médicos, faltam médicos aqui. E aí, as pessoas podem esperar? Não podem esperar, eu levo mais ou menos... o Brasil leva mais ou menos 6 anos para formar um médico e outros tantos para especializar esse médico. Até lá as pessoa que estão doentes precisam de um médico. Por isso nós fizemos o Programa Mais Médicos. Aqui, a prefeitura pediu 12 médicos. Eu tenho certeza que esses 12 médicos vão servir para melhorar a vida e o serviço de saúde das pessoas que mais precisam, porque é onde falta médico, é onde as pessoas mais precisam. Já chegaram 5 médicos, até o fim do mês vão ter 7 médicos, mais 7 médicos, totalizando, portanto, 12 médicos.
E, finalizando, eu quero dizer que eu estou muito orgulhosa de ter vindo aqui em Bauru, muito orgulhosa, e não vou esquecer, não vou esquecer. E tem algumas coisas que a gente guarda. Eu guardo aqui o sorriso de cada um dos que receberam a chave. O sorriso da Maria de Fátima, do Urano, da Lucinéia, do Gilberto e da Adriana, e guardo os olhos de cada um de vocês que olham para mim e eu me sinto cheia de energia por esse Brasil.
Um abraço para todos e um coração para vocês.

25.2.14

Maradona será comentarista de Telesur, como tributo a Chávez

mara
LA JORNADA – Buenos Aires. Diego Armando Maradona firmó con el canal venezolano de televisión Telesur como comentarista del Mundial de Brasil, una decisión que describió como un tributo al fallecido presidente Hugo Chávez.
El ex astro de la selección argentina dijo en un video divulgado este lunes que será parte del equipo del popular periodista uruguayo Víctor Hugo Morales para el Mundial.
“Ha llegado el momento emocionante de mi vida de poder firmar este contrato que me liga a Telesur, a mis amigos venezolanos”, dijo Maradona, de 53 años.
“Vamos a transmitir todo el Mundial de Brasil para Telesur, porque así lo hubiese querido el comandante”, añadió en alusión a Chávez, muerto en 2013.
El Pelusa, uno de los mejores futbolistas de todos los tiempos, fue la estrella de Boca Juniors, Barcelona y Nápoles. Con la albiceleste ganó el Mundial de México 1986.
Telesur, un canal regional con base en Caracas, dijo que lo había contratado para participar en su programa DeZurda, que será transmitido a diario durante el torneo, que se jugará del 12 de junio al 13 de julio.
Esta no será su primera incursión en el periodismo deportivo. Debutó como comentarista para el Canal 13 argentino durante el Mundial de Estados Unidos 1994, después de quedar excluido de la competencia por dar positivo en un control antidopaje.
“Nos vemos en el Mundial”, dijo en el video. “Creo en Venezuela, ¡Viva Chávez!, ¡Viva (el presidente Nicolás) Maduro!”

25 verdades sobre las manifestaciones en Venezuela.

La patria no se negociaComo en 2002, la oposición radical, incapaz de tomar el poder por vía de las urnas, multiplica las acciones con el objetivo de romper el orden constitucional.
1. Nicolás Maduro, Presidente legítimo de Venezuela desde abril de 2013, hace frente a una poderosa oposición, apoyada por Estados Unidos, que aspira retomar el poder que perdió en 1998.
2. Como perdió las elecciones presidenciales de abril de 2013 por una diferencia del 1,59%, la oposición rechazó primero los resultados electorales, avalados no obstante por las más importantes instituciones internacionales, desde la Unión Europea hasta la Organización de Estados Americanos, pasando por el Centro Carter, y expresó su rabia en actos violentos que costaron la vida a once militantes chavistas.
3. No obstante, el débil margen que separó al candidato de la oposición Henrique Capriles al vencedor Nicolás Maduro, galvanizó a la derecha, motivada por la perspectiva de la reconquista del poder. Entonces hizo de las elecciones municipales de diciembre de 2013 un objetivo estratégico.
4. Contra todo pronóstico, las elecciones municipales se transformaron en plebiscito a favor del poder chavista que ganó el 76% de los municipios (256) contra el 23% (76) para la coalición MUD que agrupó a toda la oposición.
5. Desmoralizado por ese serio revés, viendo la perspectiva de una reconquista del poder por la vía democrática alejarse otra vez –las próximas elecciones serán las legislativas en diciembre de 2015–, la oposición ha decidido reproducir el esquema de abril de 2002 que desembocó en un golpe de Estado mediático-militar contra el Presidente Hugo Chávez.
6. A partir de enero de 2014, el sector radical de la oposición decidió actuar. Leopoldo López, líder del partido Voluntad Popular, quien participó en el golpe de Estado de abril de 2002, lanzó un llamado a la insurrección a partir del 2 de enero de 2014: “Queremos lanzar un llamado a los venezolanos […] a que nos alcemos. Convocamos al pueblo venezolano a decir ‘basta ya’. […] Con una meta a discutir: ‘la salida. ¿Cuál es la salida a este desastre?”.
7. El 2 de febrero de 2014, durante una manifestación, Leopoldo López designó al poder como el responsable de todos los males: “Las carencias que padecemos hoy tienen un culpable. Ese culpable es el poder nacional”.
8. El 2 de febrero de 2014, Antonio Ledezma, figura de la oposición y alcalde de la capital Caracas, también lanzó un llamado al cambio: “Este régimen quien cumple hoy quince años continuos promoviendo la confrontación. Hoy comienza la unidad en la calle de toda Venezuela”.
9. María Corina Machado, diputada de la oposición, lanzó un llamado a poder fin a la “tiranía”: “El pueblo de Venezuela tiene una respuesta: ‘Rebeldía, rebeldía’. Hay algunos que dicen que debemos esperar a unas elecciones en unos cuantos años. ¿Pueden esperar los que no consiguen alimentos para sus hijos? ¿Pueden esperar los empleados públicos, los campesinos, los comerciantes, a quienes les arrebatan su derecho al trabajo y a la propiedad? Venezuela no puede esperar más”.
10. El 6 de febrero de 2014, tras una manifestación de la oposición, un grupo de una centena de estudiantes encapuchados atacó la residencia del gobernador del Estado de Táchira, hiriendo a una decena de policías.
11. La misma semana, varias manifestaciones de la oposición se suceden en diferentes Estados y degeneran todas en violencia.
12. El 12 de febrero de 2014, otra manifestación, orquestada por la oposición frente al Ministerio Público, compuesta de estudiantes de las universidades privadas organizados en grupos de choque, resultó ser de una violencia inaudita, con tres muertos, una centena de heridos e innumerables daños materiales.
13. Como durante el golpe de Estado de abril de 2002, las tres personas fallecidas fueron todas ejecutadas con una bala en la cabeza.
14. Entre ellas se encontraban un militante chavista Juan Montoya y un opositor llamado Basil Da Acosta. Según la investigación balística, ambos fueron ejecutados con la misma arma.
15. Los siguientes días, los manifestantes, oficialmente movilizados “contra la vida cara y la inseguridad”, se instalaron en la Plaza Altamira, situada en un barrio rico de Caracas.
16. Desde hace varios meses, Venezuela sufre una guerra económica orquestada por la oposición que controla aún amplios sectores, con la organización artificial de penurias, de acaparamiento de productos de primera necesidad, y de multiplicación de actos especulativos.
17. Así, el 5 de febrero de 2014, las autoridades acautelaron en el Estado de Táchira cerca de mil toneladas de productos alimenticios de primera necesidad (arroz, azúcar, aceite, café, etc.) escondidos en almacenes. Desde enero de 2013, las autoridades acautelaron más de 50.000 toneladas de alimentos.
18. El gobierno bolivariano decidió actuar y castigar a los acaparadores y especuladores. En noviembre de 2013, la cadena Daka de productos electrodomésticos fue intervenida y las autoridades decidieron regular los precios. En efecto, la empresa facturaba sus productos con un beneficio de más del 1000%, por lo que eran inaccesibles para la mayoría de los venezolanos.
19. Ahora el margen máximo para las empresas no podrá superar el 30%.
20. El Presidente Nicolás Maduro denunció un intento de golpe de Estado y llamó a los ciudadanos a hacer frente al “fascismo”. “Nada nos apartará del camino de la Patria y de la vía de la democracia”, afirmó.
21. El 17 de febrero de 2014, tres diplomáticos estadounidenses fueron expulsados del país por su implicación con los sangrientos acontecimientos. Se habían reunido con los estudiantes de las universidades privadas para coordinar las manifestaciones, según las autoridades venezolanas.
22. El 18 de febrero de 2014, Leopoldo López fue arrestado por su responsabilidad política en las violentas manifestaciones y fue entregado a la justicia.
23. La administración Obama condenó al gobierno de Caracas por las violencias, sin señalar un solo instante la responsabilidad de la oposición que intenta realizar un golpe de Estado. Al contrario, el Departamento de Estado exigió la liberación inmediata de Leopoldo López, principal instigador de los acontecimientos dramáticos.
24. Los medios occidentales ocultaron los actos violentos de los grupúsculos armados (metros y edificios públicos saqueados, tiendas Mercal – ¡donde el pueblo se abastece en alimentos! – quemadas), así como el hecho de que la televisión pública Venezolana de Televisión fue atacada con armas de fuego.
25. Los medios occidentales, lejos de presentar los acontecimientos dramáticos ocurridos en Venezuela con toda imparcialidad, tomaron partido a favor de la oposición golpista y contra el gobierno democrático y legítimo de Nicolás Maduro. No vacilan en manipular a la opinión pública y presentan la situación como un levantamiento popular masivo contra el poder. En realidad, Maduro dispone del apoyo masivo de la mayoría de los venezolanos, como lo ilustran las manifestaciones gigantescas a favor de la Revolución Bolivariana.

La batalla de Venezuela

Juan Diego García (especial para ARGENPRESS.info)

Los sucesos en curso en Venezuela constituyen la respuesta de la oposición a las drásticas medidas tomadas por el gobierno de Maduro para combatir el acaparamiento criminal de artículos de primera necesidad, el desabastecimiento intencionado, la especulación ilegal con las divisas y un sin número de prácticas de la guerra económica que los empresarios nacionales y extranjeros adelantan contra este gobierno. Los incidentes no son un hecho aislado; forman parte de una estrategia seguida por la oligarquía criolla desde el mismo momento en que Hugo Chávez llegó a la presidencia y se inició la Revolución Bolivariana. Tras bambalinas, por supuesto y como siempre, Washington.



Se busca minar sistemáticamente el amplio apoyo popular al gobierno y, en principio, recuperar el poder en las urnas. Pero si esto falla no se descartan ni el golpe militar ni la guerra civil o directamente la intervención de fuerzas extranjeras. Es pues la aplicación del conocido manual de la contrarrevolución que se utilizó con tanto éxito contra la UP de Allende en Chile y es la misma estrategia que se lleva a cabo contra Ecuador y Bolivia. No solo los métodos son semejantes sino que los protagonistas resultan ser siempre los mismos. Internamente el agente principal no es otro que la clase dominante y los sectores sociales que le son afines y en lo externo, el gobierno de los Estados Unidos y sus aliados. Las figuras resultan familiares: desde el gran banquero y el terrateniente hasta los “niños bien” que azuzan las acciones callejeras del matón de esquina, del camorrero de siempre o del lumpen que sirven de mano de obra para las tareas de la guerra sucia. Por otro lado, desde el presidente (en esto Obama actúa igual que sus predecesores) y su ministro de asuntos exteriores que amenazan y financian generosamente a la “oposición democrática”, hasta los funcionarios de la embajada y su recua de agentes de todas las agencias de espionaje, intervención, sabotaje y lo que haga falta para proteger “los intereses nacionales” del Tío Sam.

A unos y otros les une ciertamente una comunidad de intereses. La oligarquía venezolana y los sectores sociales que le son afines, reaccionan ante la pérdida de sus privilegios como parásitos que han sido siempre de la riqueza petrolera, practicando a gran escala la corrupción, la fuga de capitales y la financiación de un tren de vida de ostentación, lujo y despilfarro; una vida de indolencia y superficialidad sin parangón en todo el continente. Y en eso llegó Chávez y la Revolución Bolivariana y dispuso que los recursos se dedicaran a satisfacer las necesidades más urgentes de las mayorías pobres del país y a fomentar cambios en el modelo económico para superar la condición de simples productores de materias primas y llevar a Venezuela a la modernidad y a un desarrollo económico sano y equilibrado.

A Washington le preocupa mucho perder el control de las riquezas naturales del país. Y para quien considere que a los estadounidenses realmente les preocupa la suerte de los venezolanos despeja toda duda al respecto el anterior candidato presidencial de los republicanos proponiendo invadir Venezuela para garantizar el suministro de petróleo a su país. Más claro no canta un gallo. Además, a los Estados Unidos les preocupa sobremanera el proceso de integración regional en marcha y en el cual Venezuela juega un papel clave. Esta iniciativa supone, si no el rompimiento radical con la tutela gringa sobre estos países sí al menos un debilitamiento enorme del papel hegemónico que siempre han tenido los Estados Unidos en el continente.

Afectada en lo más íntimo la oligarquía venezolana se levanta y para ello no escatima recurso alguno incluyendo el sabotaje sistemático de la economía, las más sucias campañas mediáticas de intoxicación y manipulación de la opinión pública, los atentados y provocaciones permanentes (incluyendo francotiradores que disparan contra chavistas y opositores para luego culpar a las autoridades), la contratación de sicarios y paramilitares colombianos para asesinar líderes populares y campesinos vinculados a la reforma agraria y hasta el golpe militar. Todas y cada una de estas maniobras no han conseguido cambiar la correlación de fuerzas y la oposición ha perdido prácticamente todas las citas en las urnas. La más reciente, hace un par de semanas cuando el partido de Maduro confirmó su ventaja con más de un millón de votos y aseguró el control mayoritario de alcaldías y gobiernos regionales. Nadie cuestiona esas elecciones; solo la oposición clama inútilmente. Al menos en Latino América todos los gobiernos reconocen la legitimidad de Maduro, estén o no de acuerdo con el proceso venezolano.

El asunto es entonces un caso evidente de lucha de clases (ese concepto que tanto escandaliza a algunos) y de defensa de la soberanía nacional (otra categoría que eriza los cabellos a los neoliberales más convencidos). No se trata en Venezuela de una dictadura que sacrifique la democracia ni de la existencia de un dictador sanguinario, ni nada por el estilo tal como clama la oposición. Se trata sencillamente de buscar -como sea- terminar con un proceso que ha golpeado a fondo a una clase social parásita acostumbrada a vegetar en medio de la pobreza de las mayorías. Ahora los recursos se dedican a resolver problemas sociales urgentes (educación, salud, vivienda, pensiones, empleo, etc.) y a promover un desarrollo económico menos deformado (industrialización, investigación, reforma agraria, etc.).

Ese es el meollo de la cuestión. Los motivos alegados por la oposición en manera alguna justifican ni las algarabías que desembocan en violencia ni los sabotajes sistemáticos (desabastecen y luego culpan al gobierno de la escasez). La corrupción que existe y que las autoridades reconocen y combaten es un mal endémico en este país (y en tantos otros!); los fallos en la gestión pública tampoco legitiman la violencia en las calles ni menos aún los planes subversivos. Las denuncias de la oposición tienen canales institucionales para ser expuestas y en su caso, resueltas. Las urnas deben ser en última instancia quienes aprueben o no la gestión del gobernante. Desesperadas porque mediante las vías legales apenas consiguen apoyos, los opositores acuden a los métodos violentos. A los grupos más exaltados de la oposición, ahora hasta el propio Capriles les resulta “blando” y promueven a Leopoldo López, un cachorro de Washington, un miembro activo de la Internacional Socialista, acusado ahora de ser el responsable directo, como inductor, de los sucesos luctuosos de los días pasados. Él llamó a la insurrección, él calentó los ánimos de las turbas incontroladas que incendiaron y abrieron fuego y ahora se quiere presentar como un pacífico contradictor del gobierno que rechaza la violencia.

El gobierno ha tenido que pedir a las organizaciones populares que no respondan a la violencia de la derecha en las calles, que no caigan en la provocación, sabiendo que existe un sentimiento de rabia contenida muy general entre las capas más pobres de la población que apenas soportan el espectáculo de ver a los niños de los barrios ricos aterrorizando y destruyendo impunemente, irrumpiendo en los barrios obreros con sus motocicletas de alta cilindrada (que nadie en el pueblo se puede permitir) cuando no cometiendo atentados contra sus líderes. La división de la sociedad venezolana no la creó Chávez. Siempre ha estado allí y es admirable cómo las gentes sencillas de ese país se comportan de forma cívica y dan a cada paso muestras de una condición democrática envidiable que contrasta con la histeria de la oposición.

Las medidas económicas tomadas recientemente son indispensables y en realidad debieron tomarse hace mucho tiempo. No afectan el ejercicio legítimo de la actividad económica, solo combaten el capitalismo mafioso. De igual manera son adecuadas las medidas aplicadas a quienes han promovido los desórdenes y ocasionado las muertes en los recientes acontecimientos. Si en su día no se procedió legalmente contra todos aquellos que promovieron el golpe de estado contra Chávez (el mismo señor Capriles, candidato a la presidencia por la derecha) ahora da la impresión de que las autoridades actúan con energía para llevar a los tribunales a los promotores de la violencia.

O sea, en el fondo, nada nuevo. Tampoco las mentiras y manipulaciones de los medios. La solidaridad con Venezuela es ahora más urgente que nunca.

¿Puede Washington derrocar tres gobiernos a la vez? Por: Thierry Meyssan*

“Del apoyo a los opositores se encarga la National Endowment for Democracy (NED). La NED es una agencia gubernamental estadounidense que se presenta como una ONG financiada por el Congreso de Estados Unidos”.
“Del apoyo a los opositores se encarga la National Endowment for Democracy (NED). La NED es una agencia gubernamental estadounidense que se presenta como una ONG financiada por el Congreso de Estados Unidos”.
El poder de un Estado se mide a la vez por su capacidad para defenderse y por su posibilidad de atacar en uno o varios frentes. Bajo esa óptica, Washington está tratando –por primera vez– de demostrar que es capaz de derrocar tres gobiernos simultáneamente: en Siria, en Ucrania y en Venezuela. Creyendo que, si lo logra, ningún gobierno tendrá ya posibilidades de hacerle frente.
Washington, después de fracasar en 2011 en su intento de bombardear simultáneamente Libia y Siria, está tratando de hacer una nueva demostración de fuerza: organizar cambios de régimen en tres Estados al mismo tiempo y en diferentes regiones del mundo –en Siria (CentCom), Ucrania (EuCom) y Venezuela (SouthCom).
Para lograrlo, el presidente Obama ha movilizado prácticamente todo el equipo de su Consejo de Seguridad Nacional.
Primeramente, la consejera de seguridad nacional Susan Rice y la embajadora ante la ONU Samantha Power. Las dos son maestras en el uso de la jerga «democrática». Y durante años se han especializado en aconsejar la injerencia en los asuntos internos de otros Estados con el pretexto de prevenir genocidios. Sin embargo, y a pesar de sus generosos discursos, a ninguna de las dos les importan las vidas no estadounidenses, como lo demostró la señora Power en el momento de la crisis de las armas químicas en la Ghoutta de Damasco. La señora embajadora de Estados Unidos, quien sabía perfectamente que las autoridades sirias no habían cometido aquel acto, simplemente se fue a Europa para asistir con su esposo a un festival de cine dedicado a Charles Chaplin mientras que su gobierno denunciaba un crimen contra la humanidad atribuyéndolo al presidente Assad.
Están también los tres responsables por regiones: Philip Gordon (Medio Oriente y Norte de África), Karen Donfried (Europa y Eurasia) y Ricardo Zúñiga (Latinoamérica).
Phil Gordon (amigo personal y traductor del ex presidente francés Nicolas Sarkozy) organizó el sabotaje de la conferencia de paz Ginebra 2 hasta que la cuestión palestina se resuelva en función de lo que quiere Estados Unidos. Durante la segunda sesión de Ginebra 2, mientras que el secretario de Estado John Kerry hablaba de paz, Phil Gordon reunía en Washington a los jefes de los servicios secretos de Jordania, Qatar, Arabia Saudita y Turquía para preparar un enésimo ataque contra Siria. Estos conspiradores han reunido en Jordania un ejército de 13 000 hombres, de los que sólo 1 000 han recibido un breve entrenamiento militar para pilotear blindados y tomar Damasco. El problema es que esa columna corre el riesgo de ser destruida por el Ejército Árabe Sirio antes de alcanzar la capital siria. Pero sus padrinos no logran ponerse de acuerdo sobre la manera de defender esa fuerza sin equiparla con armamento antiaéreo, que pudiera ser utilizado después contra la aviación de Israel.
Karen Donfried es la ex oficial nacional de inteligencia a cargo de Europa. Dirigió durante mucho tiempo el German Marshall Fund en Berlín. Actualmente se dedica a manipular a la Unión Europea para enmascarar el intervencionismo de Washington en Ucrania. A pesar de la reciente revelación del contenido de una conversación telefónica de la embajadora estadounidense Victoria Nuland, la señora Donfried logró hacerles creer a los europeos que el objetivo de la oposición de Kiev era unirse a la Unión Europea y que estaban luchando por la democracia, cuando en realidad más de la mitad de los amotinados de la plaza Maidan son miembros de partidos nazis y agitan retratos de Stepan Bandera, quien colaboró con la ocupación nazi durante la Segunda Guerra Mundial.
Para terminar, Ricardo Zúñiga es nieto del Ricardo Zúñiga que presidió el Partido Nacional de Honduras y que organizó los golpes de Estado militares de 1963 y 1972 a favor del general López Arellano. El nuevo Zúñiga dirigió la estación de la CIA en La Habana, donde reclutó agentes y los financió para fabricar una oposición contra Fidel Castro. Y ahora moviliza a la extrema derecha trotskista en Venezuela para derrocar al presidente Nicolás Maduro acusándolo de stalinismo.
La parte mediática de estas operaciones está en manos de Dan Rhodes, el especialista en propaganda que se encargó en el pasado de escribir la versión oficial de lo sucedido el 11 de septiembre de 2001 redactando el informe de la comisión presidencial. En ese informe, Rhodes eliminó toda huella del golpe de Estado militar que se produjo aquel día (al presidente George W. Bush se le retiró el poder sobre las 10 de la mañana y no se le devolvió hasta la noche, todo su gabinete y los miembros del Congreso fueron confinados en búnkeres, supuestamente para «garantizar su seguridad») para que sólo quedara el recuerdo de los atentados.
En las operaciones organizadas contra Siria, Ucrania y Venezuela, la narrativa estadounidense reposa exactamente sobre los mismos principios: acusar a los gobiernos de matar a sus propios ciudadanos, calificar a los opositores de «democráticos», adoptar sanciones contra los «asesinos» y, en definitiva, concretar un golpe de Estado.
El movimiento comienza siempre con una manifestación en la que mueren opositores pacíficos y ambos bandos se acusan mutuamente de los hechos de violencia. En realidad, fuerzas especiales o elementos a las órdenes de Estados Unidos o de la OTAN, convenientemente ubicados, disparan a la vez contra la multitud y contra la policía. Así sucedió en Deraa (Siria) en 2011, al igual que en Kiev (Ucrania) y en Caracas (Venezuela) en los últimos días. En el caso de Venezuela, las autopsias practicadas demuestran que 2 víctimas –un manifestante de la oposición y otro favorable al gobierno– fueron baleadas con la misma arma.
Calificar a los opositores de «democráticos» es un simple juego de retórica. En Siria, se trata de takfiristas financiados por la peor dictadura del planeta: la de Arabia Saudita. En Ucrania, son unos cuantos proeuropeos sinceros rodeados de un montón de nazis. En Venezuela, son jóvenes trotskistas de familias acomodadas respaldados por milicias a sueldo de dueños de empresas. Y en todos los casos aparece el seudo opositor estadounidense John McCain para proclamar su solidaridad con los opositores locales, sean verdaderos o falsos.
Del apoyo a los opositores se encarga la National Endowment for Democracy (NED). La NED es una agencia gubernamental estadounidense que se presenta como una ONG financiada por el Congreso de Estados Unidos. La realidad es que la NED fue creada por el presidente Ronald Reagan, en asociación con Canadá, Gran Bretaña y Australia. La dirigen el neoconservador Carl Gershman y Barbara Haig, la hija del general Alexander Haig (ex comandante supremo de la OTAN y posteriormente secretario de Estado bajo la administración Reagan). Es precisamente la NED –en realidad el Departamento de Estado– quien moviliza al senador «de oposición» John McCain.
En este dispositivo no podía faltar la Albert Einstein Institution, «ONG» financiada por la OTAN. Creada por Gene Sharp en 1983, la NED formó agitadores profesionales a través del CANVAS [1] –en Serbia – y de la Academy of Change–en Qatar.
En todos los casos, Susan Rice y Samantha Power adoptan invariablemente la misma pose de justa indignación antes de dictar la adopción de sanciones –a las que rápidamente se suma la Unión Europea– cuando en realidad son ellas mismas quienes se dedican a orquestar previamente los actos de violencia.
Queda entonces por llegar a concretar los golpes de Estados, lo que no siempre funciona.
Así trata Washington de demostrarle al mundo que sigue siendo el amo. Para garantizar los resultados, emprendió las operaciones en Ucrania y en Venezuela mientras se desarrollaban los Juegos de Sochi. Así garantizaba que Rusia no tomara medidas de respuesta, con tal de evitar que algún atentado de los terroristas islamistas le echara a perder la fiesta olímpica.
Pero los Juegos de Sochi terminaron este fin de semana. Y ahora le toca jugar a Moscú.
Texto tomado de la publicación: http://www.voltairenet.org
Thierry Meyssan
Thierry Meyssan
*Intelectual francés, presidente-fundador de la Red Voltaire y de la conferencia Axis for Peace. Sus análisis sobre política exterior se publican en la prensa árabe, latinoamericana y rusa. Última obra publicada en español: La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008)