19.8.11

Brasil volta a defender saída negociada para crise na Síria

via BBC BRASIL

No dia em que EUA e UE pedem saída de Assad,
Brasil e Rússia criticam interferência internacional
O Brasil voltou a pedir nesta quinta-feira, desta vez no Conselho de Segurança, uma solução negociada para a crise na Síria. A postura foi reafirmada após um relatório da ONU indicar “violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos” no país árabe.
A postura brasileira destoa da adotada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que chegaram a pedir o afastamento do presidente sírio, Bashar al-Assad. Ativistas de direitos humanos denunciam a morte de milhares de ativistas na dura repressão do governo a protestos que pedem reformas democráticas.

O representante da Rússia, Vitaly Churkin, posicionou-se ao lado do Brasil e disse que se trata de um “processo político interno” e que cabe aos sírios resolvê-lo, sem interferência internacional.A representante interina do Brasil na ONU, Regina Dunlop, condenou a violência no país árabe, mas defendeu um “processo político conduzido pelos sírios com a participação de todas as partes”, inclusive a oposição.

Para a representante brasileira, “ainda há o que fazer para que esses processo político aconteça”. “Cabe ao povo (sírio) decidir quem será o dirigente do país”, disse. Dunlop também disse se tratar de “um processo interno”, dizendo que a “soberania não pode vir de fora para dentro”.
Na última semana, Assad recebeu diplomatas do Ibas (fórum formado por Brasil, África do Sul e Índia), em Damasco. A posição conciliatória dos três países emergentes (assim como a da Rússia) difere do tom crítico das nações desenvolvidas integrantes do conselho.
Sanções
A Grã-Bretanha, membro permanente do Conselho de Segurança, convidou os membros europeus do conselho e os representantes do Ibas para uma reunião informal nesta sexta-feira.
A diplomata brasileira confirmou a expectativa de que um projeto de sanções contra o regime sírio possa ser discutido.
“Não nos surpreenderia se um projeto de resolução com sanções nos fosse mostrado”, disse Dunlop.
O chefe de gabinete da missão francesa, Brieuc Pont, disse esperar que as delegações que se opõem a eventuais sanções “reconsiderem suas posições”.
“O que ouvimos hoje é espantoso e há uma necessidade particular de todas as democracias se unirem para colocar um fim a essas atrocidades”, disse Pont.
A sub-secretária-geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, anunciou o envio de uma missão da ONU já neste sábado, 20 de agosto, à Síria, liderada pelo diplomata Rashid Khalikov.
Violência
O relatório apresentando pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, indicou a morte de pelo menos 1,9 mil pessoas, inclusive crianças.
Segundo os investigadores da ONU, marcas de ferimentos nos corpos das vítimas indica uma política de "atirar para matar". A violência usada pelo governo pode ser classificada de crimes contra a humanidade, de acordo com o documento.
O governo sírio reconheceu o número de 1,9 mil vítimas, mas inclui também integrantes das forças de segurança mortos por manifestantes.
O relatório diz ainda que as forças sírias usaram com regularidade três métodos para matar civis: soldados no terreno, atiradores nos telhados e bombardeios aéreos.
Foram descritas também execuções sumárias, o uso de frequentes batidas em hospitais para matar manifestantes feridos, além de relatos de tortura e detenções arbitrárias.
Soldados ouvidos pelos investigadores dizem ter recebido ordens de usar munição real contra manifestantes e os que se recusavam, eram mortos.
Na quarta-feira, Assad disse à ONU que as operações contra os manifestantes haviam sido interrompidas.
No entanto, a afirmação foi negada por ativistas defensores dos direitos humanos, que dizem que a violência prossegue.

'Telhado de vidro' e eleições de 2012 fazem Alckmin evitar críticas à Dilma

via CARTA MAIOR


Além de ter repartido as secretarias de seu governo entre aliados, garantindo o apoio de 72 dos 94 deputados estaduais, Geraldo Alckmin não deseja se indispor com o PMDB do vice-presidente Michel Temer, um parceiro desejado para futuras corridas eleitorais.


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deu na quinta-feira (18) mais um passo para se distanciar da estratégia tucana de ampliar o confronto com o governo federal, abalado após a queda de mais um ministro acusado de corrupção.

Ao lado da presidenta Dilma Rousseff e dos outros três governadores da região Sudeste, Alckmin assinou um acordo para unificar o Bolsa Família a sua versão paulista, o Renda Cidadã. A parceria criará um cartão único para a transferência de renda a famílias classificadas como extremamente pobres, com renda inferior a R$ 70 mensais per capita.

Além do evidente ganho de gestão nos projetos sociais, o acordo revela que o governador de São Paulo manterá sua política de boa vizinhança com PT e PMDB, aliados no plano federal. Alckmin sabe que teria pouco a ganhar reforçando críticas sobre loteamento de cargos entre aliados e corrupção na administração pública. Afinal, tem “telhado de vidro”. Para montar seu governo e garantir o apoio de 72 dos 94 deputados da Assembléia do Estado, o governador também repartiu as secretarias entre aliados.

A pasta de Esportes, Lazer e Juventude, hoje conduzida por José Benedito Pereira Fernandes, do DEM, teve até junho o comando do médico Jorge Pagura, indicado pelo PTB, que caiu ao ser acusado de receber pagamentos por plantões que não fez em hospital público. A Secretaria de Turismo é gerida por Márcio França, do PSB. A de Saneamento e Recursos Hídricos, por Eduardo Giriboni, do PV. E a de Emprego, por David Zaia, do PPS.

O deputado federal Rodrigo Garcia, do DEM, passou a ocupar a pasta de Desenvolvimento Social após a crise aberta pela filiação do vice-governador, Guilherme Afif Domingos, ao PSD, partido comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Eleito pelo DEM, Afif acumulava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mas acabou exonerado da pasta quando mudou de partido.

2012 à vista

Outro forte argumento para Alckmin manter boas relações com o governo federal são as eleições de 2012. O governador paulista fará de tudo para não se indispor com o PMDB do vice-presidente Michel Temer – dois dos ministérios alvos de acusações de corrupção, o Turismo e a Agricultura, mantêm peemedebistas no comando.

A estratégia do Palácio dos Bandeirantes prevê que Alckmin ajeite os pés em duas canoas – a do provável candidato peemedebista, Gabriel Chalita, muito próximo ao governador, e a do possível candidato tucano, José Serra.

O raciocínio é simples. Se Chalita vencer, Alckmin ganharia um forte aliado no PMDB para ser o candidato tucano nas eleições presidenciais de 2014. Se Serra ganhar, acredita que seria muito grande o desgaste de uma renúncia, como a de 2006, para ele tornar-se o candidato presidencial.

No xadrez da futura disputa municipal, o atual prefeito, Gilberto Kassab, deve apoiar Serra, e o PT apresentará ou o ministro Fernando Haddad (Educação) ou a senadora Marta Suplicy. Com três candidatos competitivos, Alckmin poderia coletar dividendos com a vitória de dois deles.

O interesse do governador de São Paulo pelo PMDB não é recente. Logo após vencer as eleições para o Palácio dos Bandeirantes, em 2010, o tucano lançou-se numa empreitada para incluir o partido em seu secretariado. A vaga até já havia sido escolhida – o comando da pasta de Agricultura, então conduzida pelo serrista João Sampaio.

Com o fortalecimento de Michel Temer no comando da sigla no Estado, após a morte de Orestes Quércia, em dezembro de 2010, prevaleceu a posição nacional, em aliança com o PT. Alckmin esperou o quanto pôde e só viria a indicar o novo secretário de Agricultura em maio último – escolheu a agrônoma Mônika Bergamaschi, ligada ao ex-ministro Roberto Rodrigues e não filiada a nenhum partido.

Desenho institucional

Em entrevista à Carta Maior, o cientista político André Pereira César, da CAC Consultoria, de Brasília, fez uma análise pragmática e não moralista desse jogo partidário. Segundo ele, “o desenho institucional do presidencialismo de coalizão brasileiro é também reproduzido nos Estados, obrigando presidente e governadores a buscarem uma composição”.

“O fracionamento é muito grande, são 30 partidos oficialmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral. Se ninguém é majoritário, você tem de buscar aliados”, disse, alertando que, com “inteligência política e controle administrativo”, é possível evitar problemas.

O fracionamento dos partidos e das alianças têm sido relativamente combatido pelo Congresso e o Judiciário nos últimos anos, através de medidas como a verticalização e a fidelidade partidária. No entanto, segundo César, uma solução só viria com a “implosão do sistema”.

“Seria necessário fazer uma reforma política que forçasse a redução do número de partidos e reduzisse os cargos de confiança na administração pública, que viram moeda de troca na formação das alianças”, conclui.

17.8.11

Presidente do PMDB diz que pedido de demissão foi decisão pessoal de Wagner Rossi

via Agência Brasil

Senador Valdir Raupp

A demissão do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, foi uma decisão dele e não da presidenta Dilma Rousseff, de acordo com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). Segundo ele, Rossi decidiu pedir demissão no fim da tarde de hoje (17) e não conversou previamente com o partido.
“Foi ele que entregou o cargo para deixar o caminho livre”, disse Raupp. “Foi uma decisão pessoal”, completou o presidente do PMDB, que ainda hoje se reunirá com o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente licenciado do partido.
O ministro vinha sendo alvo de denúncias e acusações de favorecimento de aliados em licitações. O ex-presidente da Comissão de Licitações da pasta acusou o ministro de saber da presença de um lobista, trabalhando nas dependências do ministério, para interferir nos processos licitatórios. As primeiras denúncias foram feitas pela revista Veja. Ontem (16), reportagem do jornal Correio Braziliense trouxe a denúncia de que o ministro viajou em um jatinho emprestado de uma empresa que presta serviços ao governo.
Para a oposição, a queda de Rossi pode contribuir para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Corrupção. Essa é a expectativa do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que conta a revolta dos parlamentares do PMDB no Congresso Nacional para conseguir as assinaturas necessárias para instalar a comissão. “Teremos mais um foco de insatisfação no governo e isso pode contribuir para que a CPI se torne um fato”, afirmou Dias, pouco depois do anúncio da demissão de Rossi.
Na opinião do senador oposicionista, a saída de um ministro do PMDB do governo deve indicar mais problemas na relação do partido com o PT e com a presidenta Dilma Rousseff. “O vice-presidente da República [Michel Temer] é patrono do ministro e é óbvio que há um desconforto”, avaliou Dias.
No momento da demissão de Rossi, a maior parte dos parlamentares governistas, em especial os do PMDB, já não estavam mais no Senado. Para o senador da base aliada Lindbergh Farias (PT-RJ), “ninguém quer falar sobre crise”. Ele não acredita que a demissão ocasione problemas na base governista, nem a instalação da CPI da Corrupção. “Quanto a problemas na base, eu não acredito. O que levou à demissão do ministro foram os fatos”, disse.
Lindbergh afastou a possibilidade da CPMI da Corrupção vingar. “Não creio em CPI. Às vezes, o movimento de CPI funciona com alguns descontentes da base para constranger o governo. Nesse caso, a CPI pode tentar parar o governo. Eu sempre digo à oposição que nós temos que defender a presidenta”, observou.

Nouriel Roubini: “Karl Marx estava certo”

via Carta Maior

Na avaliação de Nouriel Roubini, professor de economia na Universidade de Nova York, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente por Karl Marx há mais de um século. Roubini, que há quatro anos previu a crise financeira global diz que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.

O professor de economia da Universidade de Nova York, doutor Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.

Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

A crítica de Marx em vigor, agoraDentre outras teorias, Marx argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema econômico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.

Agora, na atual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.

“Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de demanda agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.

Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma demanda agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável. 

Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.

Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zumbis, bancos zumbis e governos zumbis”, disse ele.

Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas

Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do atual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).

No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão atualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência atual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.

Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o atual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.

Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a demanda, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implemented by the U.S. debt deal act.

Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egito e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem econômica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egito, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem econômica atual não está experimentando uma crise não é correto.

Fonte: http://www.ibtimes.com/articles/197468/20110813/roubini-nouriel-roubini-dr-doom-financial-crisis-debt-crisis-europe.htm 

Tradução: Katarina Peixoto

Primeiro grupo de turistas norte-americanos foi aplaudido por cubanos ao desembarcar em Havana

via Correio do Brasil

Cuba
Um passeio pelas simpáticas ruas de Havana Vieja conquistou os turistas norte-americanos
O primeiro grupo de norte-americanos a fazer turismo em Cuba sob as novas, e mais liberais, regras dos Estados Unidos para viagens ao país foi recebido com abraços, apertos de mão e boas-vindas do governo cubano, segundo um agente de viagens. Os 30 viajantes são pioneiros da nova era de intercâmbio “de povo a povo”, aprovada em janeiro pelo governo de Barack Obama para “ampliar o livre fluxo de informação” aos cubanos, contrariando as objeções dos que eram favoráveis à manutenção da política linha-dura contra o regime comunista da ilha.
Estima-se que entre 30 e 35 grupos tenham obtido até o momento licenças de viagem, em conformidade com a nova legislação, que reintroduziu normas baixadas pelo ex-presidente Bill Clinton em 1999, mas revogadas por seu sucessor, George W. Bush, em 2003. O primeiro grupo de viajantes foi a orfanatos, instalações médicas, museus de arte, apresentações musicais e fazendas de cultivo de tabaco. Eles também andaram pelas ruas da Velha Havana, na primeira prova do fruto proibido que Cuba tem sido há cinco décadas para os Estados Unidos, desde a imposição de um embargo comercial contra a ilha.
As reações foram bastante variadas, segundo Tom Popper, da Insight Cuba, a agência de viagens que levou o grupo.
– Algumas pessoas estão impressionadas pelo que veem e surpresas com o povo, a cultura e tudo ao redor. E algumas se sentem horríveis por ver que conseguir café é uma luta, e encontrar coisas para comer é difícil, e que há duas economias, e um médico precisa trabalhar como taxista para complementar sua renda – disse ele esta semana à agência inglesa de notícias Reuters.
Ele descreveu uma emotiva visita a uma unidade para cegos, onde 40 pessoas aguardavam o grupo e aplaudiram quando chegaram.
– Eles fizeram uma apresentação, dois deles tocaram, eles dançaram juntos. As pessoas se abraçaram. Houve muitas lágrimas. Foi simplesmente lindo. Tais trocas fazem diferença para os norte-americanos e também fazem diferença para os cubanos. Por isso, apenas espero que talvez um dia eles possam ver valor do que está sendo feito – contou Popper.
“Eles” é uma referência aos políticos e outros, na maioria exilados cubanos que vivem na Flórida, que se opõem à reaproximação com o governo liderado pelo presidente Raúl Castro e acreditam que a viagem de norte-americanos a Cuba ajuda o sistema comunista, cuja queda esperam há 50 anos. Eles lutam para manter parte do embargo que impede boa parte dos norte-americanos de ir a Cuba, e do qual as novas normas abriram uma brecha, de acordo com diretor do Fundo de Reconciliação e Desenvolvimento, John McAuliff, que defende a melhoria das relações EUA-Cuba.
– Em princípio, o anúncio feito pelo presidente em janeiro significa que virtualmente qualquer americano com um sério interesse em Cuba pode visitá-la – disse ele.
Entre outros aspectos, a nova lei permite que os norte-americanos viajem a Cuba por meio de agências como a Insight Cuba, que obtém uma licença dos EUA para realizar “viagens com determinados propósitos”, o que significa que tem de ser educacional e de interação com os cubanos.
– Sem praias – explicou Popper.
Esta semana os turistas se espalharam por Cuba. Na quinta-feira da semana passada, ao chegar à ilha, um participante enalteceu as virtudes da abertura para o turismo.
– É maravilhoso que mais gente possa vir aqui pelo fato de que é de povo para povo, e não de governo para governo. Acho que as pessoas têm um jeito de se entender sobre os problemas, algo que o governo não pode – disse o homem, que possivelmente diante da sensibilidade política da questão, se identificou como James Bond.
Popper disse que o governo cubano vem ajudando a organizar eventos para o grupo, incluindo encontros com autoridades que ouviram “perguntas muito fortes”.
Críticos afirmam que eles vão ter uma visão edulcorada de Cuba, mas Popper discorda.
– Não está havendo maquiamento das coisas – garantiu.

Vale a pena assistir: "El fascismo cotidiano", um documentário de Mikhail Romm, discípulo de Eisenstein


Com um pouco mais de duas horas de duração, esse excelente documentário de Mikhail Romm, discípulo de Eisenstein, é baseado em materiais dos arquivos nazistas.

"El fascismo cotidiano" é apresentado como um documento histórico dividido em uma série de capítulos, e discute a ascensão do fascismo na Alemanha após a grande crise do capitalismo no final dos anos 20 e a ascensão do nazismo apoiado por capital financeiro alemão.

Romm analisa de uma forma amena mas impactante e irônica, a natureza populista do fascismo e o efeito da propaganda vulgar e ordinária usando a psicologia de massas, que chega a extremos fazer dos seres humanos, simples  máquinas de matar.

16.8.11

Bauru terá sua primeira escola federal: Dilma anuncia criação de universidades e unidades de institutos federais

A presidenta da República, Dilma Rousseff, anunciou nesta terça-feira, 16, a criação de quatro universidades federais, a abertura de 47 câmpus universitários e 208 unidades dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, espalhados em todo o país. 


Até 2012, serão implementados 20 câmpus universitários em oito estados e 88 unidades de institutos federais em 25 estados. Além disso, prefeitos assinarão termos de compromisso para a construção de 120 unidades de institutos federais em municípios dos 26 estados e no Distrito Federal. Pelas previsões, que todas as unidades estarão em funcionamento nos próximos três anos. 

Universidades – As novas universidades federais serão instaladas no Pará, na Bahia e no Ceará. A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) terá sede na cidade de Marabá, onde hoje funciona o câmpus Marabá da Universidade Federal do Pará (UFPA). A Universidade Federal da Região do Cariri (UFRC), no Ceará, terá sede em Juazeiro do Norte. Ela será instalada na atual estrutura do câmpus Cariri, que pertence à Universidade Federal do Ceará (UFCE). A Bahia ganha duas instituições. 

A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufoba) com sede em Barreiras, onde atualmente funciona o câmpus Barreiras da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba), que terá sede em Itabuna. A Universidade Federal do Ceará transfere três de seus câmpus para a Universidade Federal da Região do Cariri – câmpus Cariri (na cidade de Juazeiro do Norte), Barbalha e Crato; a Universidade Federal do Pará passa à Unifesspa o câmpus Marabá; e a Universidade Federal da Bahia transfere o câmpus Barreiras à Ufoba. 

No conjunto, as quatro novas universidades federais terão 17 câmpus, dos quais 12 serão criados (Tabela 1). Outras 12 universidades federais, de 11 estados, ganharão 15 câmpus. No Pará, a UFPA ganha um câmpus; na Bahia, a UFBA e a UFRB, um câmpus cada uma; no Ceará, a UFCE (2); em Pernambuco, a UFRPE (1); em Goiás, a UFG (2); no Maranhão, a UFMA (1); no Mato Grosso, a UFMT (1); em Minas Gerais, a UFVJM (2); em São Paulo, a Unifesp (1); em Santa Catarina, a UFSC (1); no Rio Grande do Sul, a UFSM (1). (Tabela 2

2011-2012 – Até o fim de 2012, o governo federal deve concluir a implantação de 20 unidades, distribuídas entre 12 universidades federais localizadas nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. Essa ação atenderá 20 municípios de oito estados. Entre as instituições com maior número de unidades, se destacam a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que se expande para sete municípios, e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que amplia sua presença nas cidades de Mauá, Osasco, Buri e na Zona Leste da capital. (Tabela 3)

Institutos federais – Prefeitos de 120 municípios assinaram nesta terça-feira, 16, o compromisso com o governo federal de oferecer terrenos para a instalação de unidades de educação profissional em suas cidades. A concretização das novas escolas deve acontecer em 2013-2014. As 27 unidades da Federação estão contempladas: Acre (um município), Alagoas (4), Amapá (2), Amazonas (4), Bahia (9), Ceará (6), Distrito Federal (uma cidade), Espírito Santo (2), Goiás (5), Maranhão (8), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (3), Minas Gerais (6), Pará (5), Paraíba (6), Paraná (6), Pernambuco (9), Piauí (4), Rio de Janeiro (7), Rio Grande do Norte (3), Rio Grande do Sul (7), Rondônia (1), Roraima (1), Santa Catarina (3), São Paulo (8), Sergipe (4) e Tocantins (2).A essas 120 unidades de educação profissional se somam 88 que estão em construção, com término previsto para o fim de 2012. 

Ao final de 2014, portanto, o país terá ganho 208 unidades de educação profissional. 

Confira a tabela 4: 120 novas unidades de educação profissional 
Confira a tabela 5: 88 escolas de educação profissional em construção