25.6.11

Imperdível: Kelvis Ochoa e Calle 13 cantam na Praça Antiimperialista de Havana



Calle 13 / Interview

MÚSICA PARA A MANHÃ: KELVIS OCHOA

Kelvis Ochoa, no Restaurante Don Cangrejo, em Havana, interpreta Curandera


KELVIS OCHOA / Curandera - En vivo en Don Cangrejo (La Habana, Cuba)

Leonardo Boff: ”Crise terminal do capitalismo?”

Vengo sosteniendo que la crisis actual del capitalismo es más que coyuntural y estructural. Es terminal. ¿Ha llegado el final del genio del capitalismo para adaptarse siempre a cualquier circunstancia?. Soy consciente de que pocas personas sostienen esta tesis. Dos razones, sin embargo, me llevan a esta interpretación.

La primera es la siguiente: la crisis es terminal porque todos nosotros, pero particularmente el capitalismo, nos hemos saltado los límites de la Tierra. Hemos ocupado, depredando, todo el planeta, deshaciendo su sutil equilibrio y agotando sus bienes y servicios hasta el punto de que no consigue reponer por su cuenta lo que le han secuestrado. Ya a mediados del siglo XIX Karl Marx escribía proféticamente que la tendencia del capital iba en dirección a destruir sus dos fuentes de riqueza y de reproducción: la naturaleza y el trabajo. Es lo que está ocurriendo.

La naturaleza efectivamente se encuentra sometida a un gran estrés, como nunca antes lo estuvo, por lo menos en el último siglo, sin contar las 15 grandes diezmaciones que conoció a lo largo de su historia de más de cuatro mil millones de años. Los fenómenos extremos verificables en todas las regiones y los cambios climáticos, que tienden a un calentamiento global creciente, hablan a favor de la tesis de Marx. ¿Sin naturaleza cómo va a reproducirse el capitalismo? Ha dado con un límite insuperable.

Él capitalismo precariza o prescinde del trabajo. Existe gran desarrollo sin trabajo. El aparato productivo informatizado y robotizado produce más y mejor, con casi ningún trabajo. La consecuencia directa es el desempleo estructural.

Millones de personas no van a ingresar nunca jamás en el mundo del trabajo, ni siquiera como ejército de reserva. El trabajo, de depender del capital, ha pasado a prescindir de él. En España el desempleo alcanza al 20% de la población general, y al 40% de los jóvenes. En Portugal al 12% del país, y al 30% entre los jóvenes. Esto significa una grave crisis social, como la que asola en este momento a Grecia. Se sacrifica a toda la sociedad en nombre de una economía, hecha no para atender las demandas humanas sino para pagar la deuda con los bancos y con el sistema financiero. Marx tiene razón: el trabajo explotado ya no es fuente de riqueza. Lo es la máquina.

La segunda razón está ligada a la crisis humanitaria que el capitalismo está generando. Antes estaba limitada a los países periféricos. Hoy es global y ha alcanzado a los países centrales. No se puede resolver la cuestión económica desmontando la sociedad. Las víctimas, entrelazas por nuevas avenidas de comunicación, resisten, se rebelan y amenazan el orden vigente. Cada vez más personas, especialmente jóvenes, no aceptan la lógica perversa de la economía política capitalista: la dictadura de las finanzas que, vía mercado, somete los Estados a sus intereses, y el rentabilismo de los capitales especulativos que circulan de unas bolsas a otras obteniendo ganancias sin producir absolutamente nada a no ser más dinero para sus rentistas.

Fue el capital mismo el que creó el veneno es el que lo puede matar: al exigir a los trabajadores una formación técnica cada vez mejor para estar a la altura del crecimiento acelerado y de la mayor competitividad, creó involuntariamente personas que piensan. Éstas, lentamente van descubriendo la perversidad del sistema que despelleja a las personas en nombre de una acumulación meramente material, que se muestra sin corazón al exigir más y más eficiencia, hasta el punto de llevar a los trabajadores a un estrés profundo, a la desesperación, y en algunos casos, al suicidio, como ocurre en varios países, y también en Brasil.

Las calles de varios países europeos y árabes, los “indignados” que llenan las plazas de España y de Grecia son expresión de una rebelión contra el sistema político vigente a remolque del mercado y de la lógica del capital. Los jóvenes españoles gritan: «no es una crisis, es un robo». Los ladrones están afincados en Wall Street, en el FMI y en el Banco Central Europeo, es decir, son los sumos sacerdotes del capital globalizado y explotador.

Al agravarse la crisis crecerán en todo el mundo las multitudes que no aguanten más las consecuencias de la superexplotación de sus vidas y de la vida de la Tierra y se rebelen contra este sistema económico que ahora agoniza, no por envejecimiento, sino por la fuerza del veneno y de las contradicciones que ha creado, castigando a la Madre Tierra y afligiendo la vida de sus hijos e hijas.
Leonardo Boff

Repressão no Araguaia: 5 mil cruzeiros por cabeça (vídeo)


Em meio ao debate sobre a emenda que propõe o sigilo eterno de documentos do governo, a Pública revisita uma das histórias mais obscuras do período militar: a repressão à guerrilha do Araguaia (1972-1975).

Em três dias de pesquisa nos 149 volumes do processo judicial que investiga o desaparecimento dos guerrilheiros do Araguaia, a Pública coletou relatos de dezenas de moradores que foram obrigados a prender, enterrar, matar e decapitar guerrilheiros – e sofrem até hoje as consequências do que viveram nesse tempo. O vídeo abaixo foi produzido a partir de depoimentos de ex-colaboradores do exército. Muitos continuam calados por sofrerem ameaças até hoje.

Frei Betto: Memória brasileira: sigilo ou vergonha?


Há 141 anos terminou a Guerra do Paraguai. Durou de 1864 a 1870. Ao longo de seis anos, Brasil, Argentina e Uruguai, instigados pela Inglaterra, combateram os paraguaios. O pretexto era derrubar o ditador Solano López e impedir que o Paraguai, país independente e sem miséria, abrisse uma saída para o mar.

O Brasil enviou 150 mil homens para o campo de batalha. Desses, tombaram 50 mil. Do lado paraguaio foram mortos 300 mil, 20% da população do país. E o Brasil abocanhou 40% do território da nação vizinha.

Até hoje o acesso aos documentos do conflito estão proibidos a quem pretende investigá-los. Por quê? Talvez o sigilo imposto sirva para cobrir a vergonhosa atuação de Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, que comandou nossas tropas na guerra. E do Conde D’Eu, genro de Dom Pedro II, que sucedeu o duque no massacre aos paraguaios.

Os arquivos ultrassecretos do Brasil podem permanecer sigilosos por 30 anos. O presidente da República pode prorrogar o prazo por mais 30, indefinidamente. Eternamente.

Em 2009, Lula enviou à Câmara dos Deputados projeto propondo o sigilo eterno periodicamente renovado. Cedeu a pressões dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Os deputados federais o aprovaram com esta emenda: o presidente da República poderia renovar, por uma única vez, o prazo do sigilo, e os documentos considerados ultrassecretos seriam divulgados em, no máximo, 50 anos.

O projeto passou ao Senado. Caiu em mãos da Comissão de Relações Exteriores, cujo presidente é o senador Fernando Collor. E, para azar de quem torce por transparência na República, ele próprio assumiu a relatoria. E tratou de engavetá-lo. Não deu andamento ao debate nem colocou o projeto em votação.

A presidente Dilma decidira sancionar a lei do fim do sigilo eterno a 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Naquela data, o relator Collor foi a plenário e declarou ser “temerário” aprovar o texto encaminhado pela Câmara dos Deputados.

Na véspera de ser empossada ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti declarou que Dilma estaria disposta a atender pedidos dos senadores José Sarney e Fernando Collor, e patrocinar no Senado mudança no decreto para assegurar sigilo eterno a documentos oficiais. A única diferença é que, agora, o sigilo seria renovado a cada 25 anos.

O Congresso está prestes a aprovar a Comissão da Verdade, que irá apurar os crimes da ditadura militar. Como aprovar esta comissão e vetar para sempre o acesso a documentos oficiais? Isso significa impedir que a nação brasileira tome conhecimento de fatos importantes de sua história.

Collor e Sarney não gostam de transparência por razões óbvias. Seus governos foram desastrosos e vergonhosos. Já o Ministério das Relações Exteriores alega que trazer à tona documentos, como os da Guerra do Paraguai, pode criar constrangimentos com países vizinhos. Com países vizinhos ou com nossas Forças Armadas e personagens que figuram como heróis em nossos livros didáticos?

O sigilo brasileiro a documentos oficiais não tem similar no mundo. Se não for quebrado, a presidente Dilma ficará refém da chamada base aliada. Ontem foi o “diamante de 20 milhões de reais”, hoje o sigilo eterno, amanhã…

Na terça, dia 14 de junho, retornaram ao Brasil os arquivos do livro “Brasil Nunca Mais” (Vozes), que relata os crimes da ditadura militar brasileira. A publicação, patrocinada pelo Conselho Mundial de Igrejas, foi monitorada pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor Jaime Wright.

O mérito do “Brasil Nunca Mais” é que não há ali nenhuma notícia de jornal ou depoimento de vítima da ditadura. Toda a documentação se obteve em fontes oficiais, retirada, por advogados, de auditorias militares e do Superior Tribunal Militar. Microfilmada, foi remetida ao exterior, por razões de segurança. Agora retorna ao Brasil para ficar disponível aos interessados. Muitas informações ali contidas não constam da redação final do livro, da qual participei em parceria com Ricardo Kotscho.

Os arquivos da Polícia Civil (DOPS) sobre a ditadura militar já foram abertos e se encontram à disposição no Arquivo Nacional. Falta abrir o arquivo das Forças Armadas, o que depende da vontade política da presidente Dilma, ela também vítima da ditadura. As famílias dos mortos e desaparecidos têm o direito de saber o que ocorreu a seus entes queridos. E o Brasil, de conhecer melhor a sua história recente.

Um país sem memória corre sempre o risco de repetir, no futuro, o que houve de pior em sua história.

Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

22.6.11

Encontro no Rio reunirá principais governos de esquerda da América Latina


esquerda
Marco Aurélio Garcia é assessor de Dilma na área diplomática e estará presenta ao encontro
O Rio de Janeiro sediará, na semana que vem, o maior seminário internacional já realizado no país, nas últimas décadas, sobre os rumos dos partidos e movimentos deesquerda no continente latino-americano e América Central. O encontro, que contará com a presença de ministros dos principais governos socialistas da região, será realizado entre os dias 30 de junho e 2 de julho, na sede da Universidade Federal Fluminense, no Fundão, Zona Norte do Rio. Intitulado Governos de esquerda e progressistas na América Latina e no Caribe: balanço e perspectivas, o encontro é organizado pelas Fundações Perseu Abramo (PT) e Mauricio Grabois (PC do B), com apoio da Fundação Friedrich Ebert, da Alemanha.
Nos três dias de duração do seminário, serão realizados 11 debates com representantes dos governos progressistas, partidos de esquerda e acadêmicos da América Latina sobre as experiências socialistas nos respectivos governos, as mudanças geopolíticas e a crise do capitalismo no mundo, com a participação do público brasileiro.
Programação preliminar
30/06 – (quinta-feira): Abertura 18h-19h

Integrantes da mesa:
• Prof. Aloísio Teixeira – reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
• Adalberto Monteiro – presidente Fundação Maurício Grabois
• Nilmário Miranda -presidente da Fundação Perseu Abramo
• Valter Pomar – secretário Executivo do Foro de São Paulo
Mesa A experiência brasileira – 19h – 19h30
Integrante da mesa:
• Ministra Miriam Belchior – Planejamento, Orçamento e Gestão (a confirmar)
Mesa 1 – A esquerda nos governos: projetos nacionais e estratégias
socialistas na América Latina e Caribe – 19h30 – 21h30

Temática: Partidos de esquerda integram hoje um número importante de governos latino-americanos e caribenhos. Partindo desta posição, buscam implementar medidas de caráter nacional, democrático e popular. Enfatizam os temas da integração continental, as relações Sul-Sul e o multilareralismo. Que balanço fazemos deste processo em cada um dos países e no continente? Como se articula com os objetivos estratégicos socialistas?
Integrantes da mesa:
• Iole Ilíada – secretária de Relações Internacionais, Partido dos Trabalhadores (PT) – Brasil
• Renato Rabelo – presidente do Partido Comunista do Brasil (PC do B)
• e representantes da Venezuela, Bolívia e Uruguai
Debate com o público
01/07 (sexta-feira)
Mesa 1 – O mundo em transição: governos de esquerda
na América Latina e Caribe e a nova configuração geopolítica internacional – 9h30 – 13h

Temática: Análise do desempenho dos governos de esquerda e progressistas de nosso continente, em um marco global de aprofundamento da crise do capitalismo, com novos fenômenos e importantes consequências econômicas e políticas. Reflexão sobre as grandes mudanças que ocorrem nas relações geopolíticas e internacionais, caracterizando um período de transição. As novas potencialidades abertas pela progressiva tendência na América Latina e Caribe, onde a integração regional avança, e as novas ameaças da direita e do imperialismo.
Integrantes da mesa:
• Roberto Amaral, Vice-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) Brasil
• e representantes da Nicarágua, Venezuela, Equador e Cuba.
Debate com o público
14h30 – 18h – Três sessões simultâneas:
Mesa 1 – Capitalismo contemporâneo: a crise, os novos fenômenos
e suas expressões na América Latina e no Caribe
Temática: A caracterização da crise atual do capitalismo. O imperialismo de hoje, os novos fenômenos do capitalismo contemporâneo e as peculiaridades da economia latino-americana e caribenha. América Latina e Caribe frente à decadência relativa da economia dos EUA, União Européia e Japão, e a ascensão dos BRIC. Os governos progressistas da América Latina e do Caribe, as políticas adotadas para conter os efeitos da crise na região e a integração econômica do continente.
Integrantes da mesa:
• Theotônio dos Santos, economista e cientista político, professor da Universidade de Brasília (UNB), Brasil
• e representantes de Cuba e Bolívia
Debate com o público
Mesa 2 – A política de defesa da América Latina e do Caribe
e a política de guerra e militarização dos EUA-OTAN
Temática: Avaliação da tendência para uma maior autonomia e independência da América Latina e do Caribe frente a ingerências exógenas de potências extra-regionais, especialmente as questões de estratégia e defesa nacional. Os exemplos desta tendência, como o surgimento do Conselho Sul-Americano de Defesa da UNASUL. A reação das potências centrais, com a expansão do conceito estratégico da OTAN para o Atlântico Sul, a manutenção e a expansão das bases militares na América Latina e no Caribe e a IV Frota. O debate sobre esta disjuntiva: autonomia estratégica versus novas ameaças imperialistas.
Integrantes da mesa:
• Arturo Núñes Jiménez – senador do Partido da Revolução Democrática, México
• representantes da Argentina e da Colômbia.
Debate com o público.
Mesa 3 – Os organismos, processos e estruturas da integração regional
Temática: As iniciativas de integração latino-americanas ao longo da história. A integração continental nas últimas duas décadas. O papel dos governos de esquerda e progressistas da região na recuperação e reorientação dos processos de integração na América Latina e no Caribe. Os 20 anos do Mercosul e suas sucessivas fases. A experiência da ALBA. A UNASUL, a CELAC e os projetos de integração política, econômica, social e cultural. A OEA e sua instrumentalização pelos EUA. A necessária convergência dos diversos organismos, processos e estruturas de integração sub-regional e regional.
Integrantes da mesa:
• Rafael Follonier, Coordenador de Assuntos Técnicos da Unidade Presidencial, Argentina
• e representantes da Venezuela e do Brasil
Debate com o público
02/07 – (sábado)
Mesa 1 Desenvolvimento e Democracia: as políticas dos
governos de esquerda na América Latina e no Caribe – 9h30 às 13h

Temática: Análise global dos projetos e políticas nacionais que estão sendo aplicados pelos governos progressistas, populares e de esquerda hoje na América Latina, com vistas à superação dos traços neoliberais. Caracterização geral destes projetos no contexto da correlação de forças políticas e a etapa atual do desenvolvimento do capitalismo, levando em conta as peculiaridades nacionais. Avaliação do modelo de desenvolvimento e das políticas macro e microeconômicas, com especial atenção a seus impactos sobre o crescimento econômico, na distribuição da renda e da riqueza, a geração de postos de trabalho, a estrutura produtiva e a plataforma das exportações nacionais. A relação destas políticas com a consecução de projetos de integração regional.
Integrantes da mesa:
• Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Política Externa da Presidência da República – Brasil
• Gustavo Codas Friedman, Diretor-Geral da Itaipu Binacional – Paraguai
• Oscar Laborde, Embaixador, Representante Especial para a Integração do Mercosul – Argentina
• Ana Elisa Osório, Deputada do Partido Socialista Unido, Vice-Presidenta do Grupo Parlamentar Venezuelano no Parlamento Latino-Americano – Venezuela
• Hector Dada – ministro da Economia de El Salvador
Debate com o público
14h30 – 18h – 4 mesas simultâneas
Mesa 1 – Política econômica e desenvolvimento social e sustentável
Temática: Discussão sobre o caráter sustentável dos modelos de desenvolvimento aplicados pelos governos de esquerda e progressistas da região, tanto no que diz respeito às questões ambientais como às sociais. Análise das contradições mais importantes a enfrentar em termos dos impactos produzidos pelo modelo sobre os ecossistemas e as populações tradicionais e seu modo de vida. Considerações sobre os aspectos a transformar e os obstáculos a superar, assim como os temas pendentes a enfrentar.
Integrantes da mesa:
• José Rivera Santana, Co-Presidente do MINH – Porto Rico
• Izabella Teixeira – Ministra do Meio Ambiente – Brasil
• e representante da Bolívia
Mesa 2 – Estado, democracia e participação popular
Temática: Reflexão sobre o Estado no qual atuam os governos de esquerda e progressistas da América Latina e do Caribe, sua estrutura e seus mecanismos, inclusive as relações entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Análise do funcionamento e do alcance da democracia, com ênfase na questão do papel dos partidos, a participação popular e o acesso democratizado às formas de expressão pública e aos meios de comunicação. Considerações sobre os aspectos a transformar e os obstáculos a superar.
Integrantes da mesa:
• Doris Solís – Ministra Coordenadora de Política – Equador
• Soledad Barría – ex-ministra do governo Bachelet – Chile
• representante de Cuba
Debate com o público
Mesa 3 – Políticas sociais, redução das desigualdades e acesso aos direitos universais
Temática: Avaliação das políticas públicas implementadas pelos governos de esquerda e progressistas da região, com o objetivo de ampliar e democratizar o acesso aos direitos universais como educação, saúde, saneamento e moradia. A exposição das medidas adotadas para erradicar a fome e a miséria. Considerações sobre os aspectos a transformar e os obstáculos a superar.
Integrantes da mesa:
• Vanda Pignato, Secretária de Inclusão Social – El Salvador
• e representantes da Venezuela e Uruguai
Debate com o público
Mesa 4 – Política externa, integração e soberania nacional
Temática: Discussão sobre as orientações da política exterior adotadas pelos governos de esquerda e progressistas da América Latina e do Caribe, com ênfase em sua relação com os demais países da região e sua participação nos processos de integração latino-americanos e caribenhos. Análise das relações geopolíticas estabelecidas com o Norte e com os demais países do Sul. Exame das posições dos governos e suas propostas em relação à atual arquitetura política e econômica mundial, assim como os mecanismos e as ações de afirmação da soberania nacional frente à ordem internacional. Considerações sobre os aspectos a transformar e os obstáculos a superar.
Integrantes da mesa:
• Luís Fernandes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) – Brasil
• representantes da Nicarágua e do Equador
Debate com o público

Emir Sader: A rebeldia dos jovens que nos faz tanta falta

via Carta Maior





Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”

Aí nos demos conta – se ainda não tínhamos nos dado – da imensa ausência da juventude na vida política brasileira. O fenômeno é ainda mais contrastante, porque temos governos com enorme apoio popular, que indiscutivelmente tornaram o Brasil um país melhor, menos injusto, elevaram nossa auto estima, resgataram o papel da política e do Estado.

Mas e os jovens nisso tudo? Onde estão? O que pensam do governo Lula e da sua indiscutível liderança? Por que se situaram muito mais com a Marina no primeiro turno do que com a Dilma (mesmo se tivessem votado, em grande medida, nesta no segundo turno, em parte por medo do retrocesso que significava o Serra)?

A idade considerada de juventude é caracterizada pela disponibilidade para os sonhos, as utopias, a rejeição do velho mundo, dos clichês, dos comportamentos vinculados à corrupção, da defesa mesquinha dos pequenos interesses privados. No Brasil tivemos a geração da resistência à ditadura e aquela da transição democrática, seguida pela que resistiu ao neoliberalismo dos anos 90 e que encontrou nos ideais do Fórum Social Mundial de construção do “outro mundo possível” seu espaço privilegiado.

Desde então dois movimentos concorreram para seu esgotamento: o FSM foi se esvaziando, controlado pelas ONGs, que se negaram à construção de alternativas, enquanto governos latino-americanos se puseram concretamente na construção de alternativas ao neoliberalismo; e os partidos de esquerda - incluídos os protagonistas destas novas alternativas na América Latina -, envelheceram, desgastaram suas imagens no tradicional jogo parlamentar e governamental, não souberam renovar-se e hoje estão totalmente distanciados da juventude.

Quando alguém desses partidos tradicionais – mesmo os de esquerda – falam de “politicas para a juventude”, mencionam escolas técnicas, possibilidades de emprego e outras medidas de caráter econômico-social, de cunho objetivo, sem se dar conta que jovem é subjetividade, é sonho, é desafio de assaltar o céu, de construir sociedades de liberdade, de luta pela emancipação de todos.

O governo brasileiro não aquilata os danos que causam a sua imagem diante dos jovens, episódios como a tolerância com a promiscuidade entre interesses privados e públicos de Palocci, ou ter e manter uma ministra da Cultura que, literalmente, odeia a internet, e corta assim qualquer possibilidade de diálogo com a juventude – além de todos os retrocessos nas políticas culturais, que tinham aberto canais concretos de trabalho com a juventude. Não aquilata como a falta de discurso e de diálogo com os jovens distancia o governo das novas gerações. (Com quantos grupos de pessoas da sociedade a Dilma já se reuniu e não se conhece grandes encontros com jovens, por exemplo?) 

Perdendo conexão com os jovens, os partidos envelhecem, perdem importância, se burocratizam, buscam a população apenas nos processos eleitorais, perdem dinamismo, criatividade e capacidade de mobilização. E o governo se limita a medidas de caráter econômico e social – que beneficiam também aos jovens, mas nãos os tocam na sua especificidade de jovens. Até pouco tempo, as rádios comunitárias – uma das formas locais de expressão dos jovens das comunidades – não somente não eram incentivadas e apoiadas, como eram – e em parte ainda são – reprimidas.

A presença dos jovens na vida publica está em outro lugar, a que nem os partidos nem o governo chegam: as redes alternativas da internet, que convocaram as marchas da liberdade, da luta pelo direito das “pessoas diferenciadas” em Higienópolis, em São Paulo, nas mobilizações contra as distintas expressões da homofobia, e em tantas outras manifestações, que passam longe dos canais tradicionais dos partidos e do governo.

Mesmo um governo popular como o do Lula não conseguiu convocar idealmente a juventude para a construção do “outro mundo possível”. Um dos seus méritos foi o realismo, o pragmatismo com que conseguiu partir da herança recebida e avançar na construção de alternativas de politica social, de politica externa, de politicas sociais e outras. Os jovens, consultados, provavelmente estarão a favor dessas politicas.

Mas as mentes e os corações dos jovens estão prioritariamente em outros lugares: nas questões ecológicas (em que, mais além de ter razão ou não, o governo tem sistematicamente perdido o debate de idéias na opinião pública), nas liberdades de exercício da diversidade sexual, nas marchas da liberdade, na liberdade de expressão na internet, na descriminalização das drogas leves, nos temas culturais, entre outros temas, que estão longe das prioridades governamentais e partidárias.

Este governo e os partidos populares ainda tem uma oportunidade de retomar diálogos com os jovens, mas para isso tem assumir como prioritários temas como os ecológicos, os culturais, os das redes alternativas, os da libertação nos comportamentos – sexuais, de drogas, entre outros. Tem que se livrar dos estilos não transparentes de comportamento, não podem conciliar nem um minuto com atitudes que violam a ética publica, tem que falar aos jovens, mas acima de tudo ouvi-los, deixá-los falar. Com a consciência de que eles são o futuro do Brasil. Construiremos esse futuro com eles ou será um futuro triste, cinzento, sem a alegria e os sonhos da juventude brasileira.

Julian Conrado: Habla y Canta


Julian Conrado: Habla y Canta por alimanaure

21.6.11

Marcha Popular Indignada chegará a Madri em 23 de julho, procedente de mais de 20 cidades


Nota de prensa de la Marcha Popular Indignada, #marchaindignada

Propuesta de movilización social pacífica, no violenta, que se suma al espíritu constructivo, democrático e inclusivo del movimiento 15M.

Durante parte de los meses de junio y julio, desde varias ciudades del Estado saldrán caminando varias marchas, configurando rutas en dirección al centro político de España. Confirmadas están, entre otras, Santiago de Compostela, Cadiz, Murcia, Valencia, Barcelona, Logroño, Málaga y Granada. Está previsto realizar las rutas a lo largo de un mes y la llegada a Madrid será el 23 de julio.

Las personas participantes realizarán y compartirán asambleas en cada pueblo y en cada barrio por el que discurra esta marcha de dignidad y transformación. Las asambleas, constituidas como encuentros para el intercambio de ideas y palabras,  recogerán las inquietudes, las reivindicaciones, las experiencias y las luchas de todos los pueblos. Recopilando todas ellas se elaborará un gran libro y se establecerá un diálogo ininterrumpido entre las acampadas, ciudades, pueblos, barrios e individuos, encaminado hacia la construcción de un mundo más justo donde quepamos todas las personas.

Este es un camino que parte de la humildad del que camina, escucha y dialoga. Sabemos que el proceso de transformación social de hacer un mundo mejor implica un largo aprendizaje. Esta es una forma de decir que el camino es largo, pero los caminos largos se miden con pasos pequeños, y ese es el propósito de esta marcha. Nuestra indignación se convierte en escucha y nuestras acciones se encaminan hacia la construcción de nuevas vías de participación, hacia transformaciones sociales, democráticas y pacíficas.

Estamos recopilando en un blog toda la infomación sobre las fechas de salida y las rutas de cada una de las marchas. Todas tienen necesidades similares: comida, coches de apoyo, tiendas de campaña, material sanitario y materiales genéricos; pero sobre todo apoyo humano en foma de personas que quieran colaborar, ya sea facilitando el descanso, ayudando a montar esas tiendas, preparando comida, colaborando activamente y, cómo no, participando con sus ideas. Quién desee colaborar que se pongan en contacto con quien coordina cada marcha a través de los correos electrónicos que se pueden encontrar en la web:

http://marchapopularindignada.wordpress.com/

También se puede seguir en twitter a través de @MarchaIndignada y el hashtag #marchaindignada.

Las asambleas seguirán siendo nuestro espacio de expresión política, su legitimidad emana de la participación del pueblo. La transformación social no depende de los gobiernos ni de quien gobierna, sino de la ciudadanía y sus necesidades.